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A pornografia na infância e juventude
Como o consumo de material pornográfico afeta no desenvolvimento
sexual, social e psicológico
Por Giovana Dantas e Samuel Lucca
A noção do que é pornografia e das cren-
ças associadas a ela é muito complexa, pois
trata-se de uma construção histórica e cultural,
que também é influenciada por valores morais e
ideologias de cada indivíduo. De acordo com as
autoras Andrea Dworkin e Catharine Mackin-
non, a pornografia pode ser conceituada como a
subordinação sexual explícita, seja de mulheres,
homens, crianças ou transexuais, através de ima-
gens e/ou palavras, que podem incluir inúmeras
características, como a objetificação e desuma-
nização da pessoa apresentada e o uso da vio-
lência no ato sexual. Já a Enciclopédia Britâni-
ca, conceitua esse termo como “a representação
do comportamento erótico em livros, imagens,
filmes, etc., com a intenção de causar excita-
ção sexual”. Existem diferentes perspectivas
acerca do tema, sendo que algumas definições
o problematizam muito mais do que outras, o
que pode ser notado nos conceitos supracitados.
Sabe-se que o consumo de material
pornográfico é anterior ao surgimento da in-
ternet, pois esse já era difundido antes através
de filmes e revistas. Porém, a ampliação do
uso da web e de novas tecnologias, dentre as
inúmeras mudanças provocadas nos comporta-
mentos individuais e nas relações interpesso-
ais, também culminou na influência de novas
formas de manifestação da sexualidade, por ter
se tornado veiculador de material pornográfico.
Além disso, pelo fato do espaço vir-
tual ter se tornado muito acessado
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pelo público infanto-juvenil, é crescente o
número de usuários da pornografia nessa fai-
xa etária. Esse tipo de consumo gera conse-
quências em inúmeros aspectos, que abran-
gem tanto a esfera individual do usuário,
atingindo-o física, emocional e psicologica-
mente, como também a esfera social, que in-
clui as relações interpessoais e a perpetuação
de padrões e opressões observados dentro da
sociedade, especialmente entre as mulheres e
LGBTs (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Trans-
sexuais). É a respeito dessa problemática que
se pauta o desenvolvimento do presente texto.
Os principais consumidores de pornogra-
fia e os riscos intrínsecos a essa prática
Recentemente, uma pesquisa produ-
zida pelo “Quantas Pesquisas e Estudo de
Mercado”, encomendada pelo canal “Sexy
Hot”, indicaram que só no Brasil há cerca de
22 milhões de pessoas que assumem o consu-
mo de pornografia. Esse percentual é preen-
chido majoritariamente por homens (76%),
jovens (58% têm idade inferior a 35 anos),
que declaram estar em um relacionamento
sério (69% são casados ou estão namoran-
do). Ainda se tratando de dados, o site pornô
“Redtube”, em um levantamento de estatís-
ticas, divulgou que a maioria de seus usuá-
rios brasileiros são jovens entre 18 a 24
anos
(43%
do
total).
Numa
perspectiva
global,
a