inLocus inLocus Jun. 2013 | Page 32

ao design. Um dos poucos designers a referenciar a geopolítica foi Gui Bonsiepe, que escreveu de forma convincente sobre o modelo centroperiferia e seus efeitos no design na América Latina. Bonsiepe, por exemplo, recusou-se a caracterizar a América Latina como uma região periférica que precise assimilar ideias e modelos da prática do design de um cen-tro. Ao invés disso, ele buscou dar poder à designers latino-americanos apelando a eles para localizar suas práticas dentro de um modelo geopolí-tico revisionista que não relegue seu trabalho para as margens da produção e fluxo transnacional de bens e serviços. Às vezes o design é também incluso em planos estratégicos para o desenvolvimento industrial. Na Ásia, o design permitiu que o Japão trocasse o paradigma centro/periferia no início dos anos 60 movendo-o de uma posição política e economicamente marginal na ordem mundial para uma de considerável poder. O modelo japonês foi também utilizado pela Coréia, e agora outros países asiáticos como China, Taiwan e Cingapura estão se posicionando como importantes centros de design. A iniciativa “Design Cingapura”, que articula uma política de design para Cingapura, diz claramente que a promoção do design é central ao interesse nacional. “Teorias geopolíticas e suas implicações para o futuro são também relevantes ao design.” Porque relações internacionais envolvem muitos atores com agendas diferentes, modelos geopolíticos futuros podem apenas ser de cunho premeditivo ao invés de prescritivo. Em contraste, o movimento ambientalista emergente dos anos 60 enfatiza modelos de cunho prescritivo para o futuro do planeta. Ativistas ambientais da época proclamaram que o ambiente era uma responsabilidade coletiva humana, e que todos devem ser envolvidos no combate ao seu abuso ou negligência. I sto gerou a introdução de um novo elemento nas relações políticas - preocupações comuns - ainda que os teóricos geopolíticos de vanguarda mal tenham percebido. 32 lá o design e o espírito humano Em 1972, o Clube de Roma publicou “Limites ao Crescimento”, um estudo baseado em modelos computacionais do MIT que simula as relações entre os recursos da Terra e a população humana. Como uma ferramenta de previsão, o estudo argumenta que o consumo continuado de recursos na proporção atual seria insustentável. Seu chamado por novas políticas sociais e ambientais sustentáveis foi continuado em estudos subsequentes - as “Our Common Future” e “Agenda 21: The Earth Summit Strategy to Save Our Planet” da Comissão de Bruntland. Ambos se originaram dentro do sistema das Nações Unidas, o último em conjunto com a