ao design. Um dos poucos designers a referenciar a geopolítica
foi Gui Bonsiepe, que escreveu de forma convincente sobre
o modelo centroperiferia e seus efeitos no design na América
Latina. Bonsiepe, por exemplo, recusou-se a caracterizar a
América Latina como uma região periférica que precise assimilar
ideias e modelos da prática do design de um cen-tro. Ao invés
disso, ele buscou dar poder à designers latino-americanos apelando a eles para localizar
suas práticas dentro de um modelo geopolí-tico
revisionista que não relegue seu trabalho para
as margens da produção e fluxo transnacional
de bens e serviços.
Às vezes o design é também incluso em planos
estratégicos para o desenvolvimento industrial.
Na Ásia, o design permitiu que o Japão trocasse
o paradigma centro/periferia no início dos anos
60 movendo-o de uma posição política e economicamente marginal na ordem mundial para
uma de considerável poder. O modelo japonês
foi também utilizado pela Coréia, e agora outros
países asiáticos como China, Taiwan e Cingapura estão se posicionando como importantes
centros de design. A iniciativa “Design Cingapura”, que articula uma política de design para
Cingapura, diz claramente que a promoção do
design é central ao interesse nacional.
“Teorias geopolíticas e suas
implicações para o futuro são
também relevantes ao design.”
Porque relações internacionais
envolvem muitos atores com
agendas diferentes, modelos
geopolíticos futuros podem
apenas ser de cunho premeditivo ao invés de prescritivo.
Em contraste, o movimento
ambientalista emergente dos
anos 60 enfatiza modelos
de cunho prescritivo para o
futuro do planeta. Ativistas
ambientais da época proclamaram que o ambiente era
uma responsabilidade coletiva
humana, e que todos devem
ser envolvidos no combate ao
seu abuso ou negligência. I
sto gerou a introdução de um
novo elemento nas relações
políticas - preocupações comuns - ainda que os teóricos
geopolíticos de vanguarda mal
tenham percebido.
32 lá o design e o espírito humano
Em 1972, o Clube de Roma
publicou “Limites ao Crescimento”, um estudo baseado
em modelos computacionais
do MIT que simula as relações
entre os recursos da Terra e a
população humana.
Como uma ferramenta de
previsão, o estudo argumenta
que o consumo continuado
de recursos na proporção
atual seria insustentável. Seu
chamado por novas políticas
sociais e ambientais sustentáveis foi continuado em
estudos subsequentes - as
“Our Common Future” e
“Agenda 21: The Earth Summit
Strategy to Save Our Planet”
da Comissão de Bruntland.
Ambos se originaram dentro
do sistema das Nações Unidas,
o último em conjunto com a