inLocus inLocus Jun. 2013 | Page 30

“Da dialética do passado e presente saem situações que determinam as possibilidades para o futuro.” liamhart Mais de um futuro Como um designer formula o seu papel como agente de mudança e determina um caminho de ação? Fazê-lo significa considerar ambos o passado e o presente, os quais foram ou são incorporados em atividades e artefatos concretos. Da dialética do passado e presente saem situações que determinam as possibilidades para o futuro. Para se planejar efetivamente no presente se requer uma visão de o que o futuro poderia e deveria ser. Eu uso tanto a palavra de condição “podia” quanto a prescritiva “deveria” para sugerir, no primeiro caso, que o futuro é sempre baseado na contigência de escolhas humanas e, no 30 lá o design e o espírito humano segundo, para afirmar que essas escolhas precisam ser dirigidas por uma consideração de o que deve ser feito. Eu também faria uma distinção entre cenários futuros previsíveis e prescritivos. Um cenário previsível é baseado no que poderia acontecer. Suas metodologias envolvem a obtenção de dados e a organização dos mesmos em padrões que façam que as reflexões sobre possíveis futuros sejam mais plausíveis. Criadores de cenários previsíveis reconhecem que os eventos ou atividades que eles estudam são complexos demais para serem controlados por decreto. Um dos poucos designer que pensava sobre o futuro era William Morris, uma figura prótea do século dezenove, que publicou o romance utópico, “News from Nowhere”, em 1891. Mas a visão de Morris do futuro foi uma recriação do passado. Ele mantinha uma polêmica forte contra os valores de preservação da sua época; deste modo o passado rural oferecia uma paisagem mais hospitaleira para uma sociedade utópica do que o presente problemático. Eu concordo com a preocupação de Morris por valores humanos, mas sua escolha de uma configuração antiga para uma comunidade futura absolveu ele de negociar com a dura realidade da Revolução Industrial. Ainda assim seu interesse no futuro era quase único entre os designers de seu tempo. Hoje, o processo de mudança acelerado pede que os designers interajam com o futuro de um jeito mais direto se eles vão ter um lugar em seu esculpimento. Esse é um processo complicado para o qual os designers profissionais não foram bem preparados. Assim, pode ajudar rever alguns métodos que outros usaram para pensar sobre o futuro e ver se eles tem alguma relevância para os designers. Ao passo que as tentativas de saber o futuro eram baseadas em adivinhação ou previsão especulativa, o campo de estudos do futuro emergiu depois da II Guerra Mundial como uma tentativa de aplicar técnicas de modelagem sofisticadas a crianção de cenário futuros.