nossa vida , cada gramática solta , liberta de preceitos e |
MULHER ...! |
apetrecha os punhos - agora - de aço , |
|||
condicionalismos . Arrombamos a misantropia infiel e acompanhamos – até à nossa porta – a controversa iniquidade . |
Na ousadia que lhe assiste , fica em silêncio ; adorna os apetrechos e veste o figurino , |
ignora todas as mensagens de perigo , liberta o veneno fatal da vontade , da paixão . |
|||
Não sentimos terror como Sophia de Mello Breyner , sentimos o começo das gotas da chuva de Eugénio Andrade ! Somos gente |
aromatiza a pele com um leve pó de arroz e , mergulha a alma num perfumado odor . |
Desenha sem pejo a sua teia , constrói o seu império no seu salto alto , desafia a gravidade e é bárbara ..., |
|||
com alma , sangue e vida em nós como Florbela Espanca e , amamos como o Amor nos ama – por entre o vendaval , fortes como leoas - tal como “ gritava ” Fernando Pessoa . MULHER , desnudada de |
Redige a sua noite com preceito , a vontade em seguir é soberana , adocica o olfato com um leve vinho , joga o anel ofertado e deixa -o sozinho . |
insolente e atroz na firmeza ganha !
MULHER ..., apenas uma entre tantas ; que cobiça a lua , a terra , o sol , os astros ...!
|
11 |
||
máscaras , apresentamo-nos ao Mundo na forma crua , fruto da batalha dorida e vencida . Renascemos das cinzas , NUAS , desnudadas de tudo e da Vida mitigada ! Apenas desejamos ser rainha para a vida inteira , de um |
Os pés suaves procuram o seu par , dançam ao som do eco soante , brilham na Luz gritante e .… rodopiam , em perfeitos círculos giratórios angulares . |
MULHER ..., somente uma outra face nua ; que cobiça o desejo do antídoto para a sua cura ...! MULHER ... que se permite ser ... apenas o que Ela quiser . |
|||
colo doce e perfumado onde |
MULHER , simplesmente nua e |
||||
possamos respirar de alívio , |
crua de tudo ; |
||||
sacudidas de tempos passados , |
caminha segura na soberana |
||||
extasiadas e esgotadas na |
vontade , |
||||
vida … uma vida de um Alguém |
e esculpida a rigor ... liberta-se |
||||
onde possamos – por fim - |
das correntes e , |
||||
sermos MULHER e Rainha para toda a sua Vida . |
joga à sarjeta as imperfeições dos artefactos . |
||||
Sandra Ramos |
Enfrenta o vento que ondula os fios de cabelo , |
Sandra Ramos Cronista da Helicayenne |