Porque |
embora |
pareçamos |
frágeis |
Somos fortes , tão fortes , temos de o ser
Nos tornamos …
|
Sou a mulher de opinião formada , que sob risco de julgamento , calava ... |
|||||
E choramos
Sim … Porque choramos sem receio de o mostrar
E amamos …
Ah … e como amamos ...
|
Sou a mulher que às costas o filho carregava , enquanto nos campos labutava
Sou a jovem promissora que abdicou dos sonhos para se tornar cuidadora
|
|||||
E hoje falo como Mulher ...
Como mãe , como filha , amiga ou companheira
|
O que sejamos
Por mim e por todas falo
Falo ... escrevo e assino
Porque somos tantas , em uma só
Falo como mulher …
Dos sonhos que perdemos
E tantas vezes abdicamos , por o sermos ...
Mas seguimos para a vida
|
Nos entregamos de coração
Sem porquês , razões ou discriminações
E voamos , tantas vezes de asas quebradas
Falo-vos como mulher …
De um ser , também de prazer e sexualidade
Que sou , que somos
Seres plenos de desejos e vontades ...
Falo ... Como mãe que gerou vida e como filha gerada
|
Sou tantas em mim , eu e todas elas
E por elas hoje me assumo , em essência e perseverança
Desconstruo crenças , contradigo imposições
E assumo o meu lugar , como MULHER ...
E esta sou eu , fui e continuarei cada dia a tentar ser , cada vez mais eu , mulher
Porque também eu , trilhei um caminho árduo até chegar a quem hoje sou .
|
12 |
||
De coração cheio e cabeça erguida
Porque somos humildes , mas soberanas
Falo como mulher
|
Porque é na força da criação que a Mulher é realmente abençoada ...
Falo , por mim e por todas as minhas ancestrais
|
|||||
Dos cansaços acumulados
Tarefas , responsabilidades
|
Porque também sou a curandeira , julgada por bruxa , queimada na fogueira |
|||||
Medos , subjugações
Crenças , padrões …
|
Sou a vista como iletrada , mas que usando pseudónimo , publicava ... |
Ana Acto
Cronista da Helicayenne
|