Hatari! Revista de Cinema #05 Ficção Científica | Page 13
A partir daí, o caos começa a se instaurar lentamente. Os moradores
começam a trocar insultos e um acusa o outro de não ser quem diz ser. As
coisas evoluem rápido e, ao anoitecer, um dos homens mata uma sombra
no fim da rua, que se revela ser apenas um vizinho que foi buscar ajuda. A
cena final revela o plot twist: ao observarem tal situação, os reais aliení-
genas discutem sobre o quão bem sucedido foi seu plano e como todos
os humanos são iguais.
“Just stop a few of their machines, and radios, and telephones, and
lawnmowers... throw them into darknesss for a few hours and watch the
pattern (...) They pick the most dangerous enemy they can find, and it’s
themselves. All we need to do is sit and watch (...) we’ll let them destroy
themselves.” 3
Ao final desse mesmo episódio, Serling narra como não é apenas
a bomba ou a guerra que traz tais consequências, mas também pensam-
entos, atitudes, suspeitas e preconceitos. “Prejudices kill” (preconceitos
matam). Faz muito sentido em sua época - dentro do contexto americano
desde a guerra fria às lutas raciais -, mas continua sendo atual: preconcei-
tos matam.
Já em To Serve Man (Para servir homem), o representante de uma
raça alienígena chega a Terra com uma proposta tentadora: soluções para
problemas como a fome e visitas entre os dois planetas. Em frente a isso,
a raça humana se vê querendo aceitar, é claro. E diante de um livro deixa-
do pelo alienígena, cuja única tradução conseguida rapidamente foi a do
título “To Serve Man”, um acordo é feito. E o twist desse episódio é tão
genial que eu não vou contar. Mas mesmo contando com um ser não-hu-
mano que tem segundas intenções, a ideia final pode ser interpretada den-
tro da nossa realidade: poder e aparentes boas intenções nem sempre são
confiáveis.
No episódio Number 12 Looks Just Like You (Número 12 parece
com você), numa sociedade do futuro - no anos 2000 -, as pessoas
Apenas pare algumas de suas máquinas, e rádios, e telefones, e máquinas de cortar
grama... jogue-os na escuridão por algumas horas e observe o padrão (...) Eles escolhem
o inimigo mais perigoso que podem encontrar, e é eles mesmos. Tudo o que temos que
fazer é sentar e assistir (...) nós deixaremos que destruam a si mesmos.
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