Explora Web Magazine Ano II Volume VI | Page 23

As Gerais sobre duas rodas D ar a volta ao mundo em um veleiro, fazer uma viagem de bicicleta... Doces sonhos! É como se resgatássemos nossa liberdade pueril... É voltar a brincar, encontrar a felicidade nas coisas simples da vida, como ver o sol nascer, se refrescar em uma cachoeira inesperada que surge no caminho. O cicloturismo, termo cunhado para definir a forma de turismo que consiste em viajar utilizando a bicicleta como meio de transporte, vem ganhando espaço e adeptos no Brasil nos últimos anos. Mas viajar de bicicleta é muito mais do que “turistar”, é, literalmente, sentir cada quilômetro rodado. É conhecer o caminho que nos separa do destino final e vivenciá-lo com todos os sentidos. É sentir as irregularidades do terreno, o sol na cabeça, o cheiro que muda. É apreciar as paisagens, hora mais urbanas, hora mais rurais. É buscar a tranquilidade no meio do caos dos carros e caminhões e sentir-se pequeno no meio dos sons da floresta. Alguns circuitos estão bem estruturados, como, por exemplo, a Estrada Real (ER), que liga Minas Gerais ao mar, o Vale Europeu em Santa Catarina e a Rota do Descobrimento na Bahia. Cada um com suas peculiaridades, cultura e charme. E queríamos fazer todos! Mas tínhamos que começar por um. Após sonhar com a brisa do mar, a sombra e uma água de coco geladinha da Bahia, um oceanógrafo e uma bióloga resolveram voltar seus Longe de casa por Marina Sissini & Lucas Cabral olhares para a terra, para “os mares de morros de Minas Gerais”. A história da Estrada Real Durante os séculos XVII e XVIII, esse caminho era utilizado para escoar as riquezas de Minas para os portos de Paraty e depois Rio de Janeiro, de onde seriam enviadas, então, a Portugal. Na verdade, existam inúmeros caminhos, mas a coroa portuguesa, com o intuito de combater o contrabando e facilitar a fiscalização, criou um caminho oficial, chamado de Estrada Real. Inicialmente, o caminho ia da antiga Vila Rica (hoje Ouro Preto) até Paraty (Caminho Velho), mais tarde foi criada uma rota mais rápida e segura que terminava na cidade do Rio de Janeiro (Caminho Novo). Com a ascensão do diamante, foi necessário ligar também a cidade de Diamantina, sendo este então conhecido como o Caminho dos Diamantes. Atualmente, o instituto Estrada Real é o responsável por fomentar e gerenciar o projeto turístico. Nossa viagem foi baseada nas planilhas disponíveis no site www.estradareal.tur.br e o caminho pode ser percorrido de carro, moto, cavalo, bicicleta ou a pé, dependendo do gosto de cada um. As bicicletas eram as protagonistas da aventura E x p l o r a W e b M a g a z i n e 23