Explora Web Magazine Ano II Volume VI | Page 24

Caminho dos Diamantes Sabarabuçu Caminho Novo Caminho Velho Mapa ilustrando os caminhos da Estrada Real O nosso caminho Cruzar o caminho completo de bicicleta era nossa vontade, contudo, isso nos levaria entre um mês e meio a dois meses e, por compromissos com a faculdade, não dispúnhamos de todo esse tempo. Então, optamos por começar do início do Caminho dos Diamantes (para algum dia completá-lo) e seguir até onde fosse possível. Nosso objetivo era seguir em um ritmo bom (isso seria cerca de 70 km por dia, mas não contávamos com o rendimento reduzido nas estradas de terra e a média diária foi de 50 km), sem deixar de desfrutar cada lugar. Deixamos Diamantina, uma das mais lindas cidades históricas de Minas, no dia 30 de dezembro de 2012, com os alforjes carregados e as bikes equipadas rumo à cidade de Milho Verde, onde havíamos programado passar a virada de ano. Este primeiro trecho foi, de longe, o mais difícil de toda viagem. Terreno irregular, muitas pedras formando canaletas que a todo momento pareciam querer nos passar uma rasteira! Paramos em um hotel fazenda para pedir um pouco de água e, prosa vai, prosa vem, a água misturou-se com cevada e acabamos vendo o sol se pôr ali mesmo. Apesar de sabermos que teríamos ainda 10 km até chegar ao próximo vilarejo, foi impossível não se deixar levar pela hospitalidade mineira, que já haviamos ouvido muito falar e encontramos ao longo de todo caminho. Se viajantes já chamam atenção, movidos à bicicleta despertam ainda mais curiosidade. Acampamos próximo a um riacho na mesma fazenda, tomamos um delicioso café da manhã junto com nossos novos amigos e partimos. Uma longa descida nos levou à Milho Verde. O pequeno vilarejo, constituído por uma rua principal e algumas outras travessas, vem ganhando popularidade, e para nossa surpresa, estava lotado! Chegamos a tempo de tomar o último banho do ano e a água acabou-se. Assim como a energia elétrica, que foram substituídas pelas charmosas velas. Aproveitamos “Miô verde”, terra tão admirada por Milton Nascimento, para recarregar as energias com deliciosos banhos de cachoeiras, broas de milho, “cafezin” e queijos de primeira! No dia terceiro dia do ano, partimos. Vimos os cenários mudarem ainda muitas vezes. Comemos o famoso queijo do Serro, na cidade com mesmo nome, onde também fizemos a siesta no chão de pedras da igreja local (nada confortável, mas o único lugar sombreado para dois viajantes exaustos). Até este ponto, o caminho estava relativamente tranquilo, apesar das longas subidas (e como eram longas!). O movimento de veículos motorizado