Explora Web Magazine Ano II Volume VI | Page 22

O dia-a-dia em casa O dia-a-dia em casa se limitava à primeira hora após o despertar, quando degustávamos o café da manhã, e a noite. Nossas noites eram regadas a boas doses de conversas entre amigos (Pollyanna, Robério e eu), músicas e reflexões do que estávamos vivendo. Sábado à noite costumávamos preparar uma bela pizza caseira acompanhada de uma sessão de cinema, enquanto em noites de lua cheia íamos a um mirante contemplar o espetáculo do luar. Tudo isso em uma pequena casa encravada no meio da Floresta Atlântica, o que nos dava a sensação de sermos privilegiados. Outros pesquisadores, fotógrafos, viajantes e amantes da natureza de várias partes do planeta apareciam de vez em quando e se hospedavam conosco por alguns dias. Isso realmente era bom, pois fazíamos novas amizades e recebíamos novidades trazidas de fora. Além disso, fizemos vínculos verdadeiros com os antigos moradores da região, aqueles que nasceram e cresceram na floresta, e não ficaram ali por “apenas” 14 meses. O que aprendi com isso? Foram “dias de chuva e dias de sol” durante os 14 meses imerso na natureza, longe de amigos e da família, porém foram dias com propósitos bem definidos – contribuir para conservação da natureza e ter uma oportunidade de autoconhecimento. Digo que finalizei minha vivência na floresta com a genuína sensação de estar fazendo a minha parte em prol da natureza, em específico, para a conservação do maior primata das Américas – o muriqui. Eu sei que essa foi uma vivência desafiadora devido ao fato de estar relativamente isolado, passar horas sozinho em diferentes partes da floresta e por sentir saudades de muitas pessoas. Mas, a partir dessa vivência, pude manter uma distância dos atropelos da vida na cidade gr