Ensaio sobre um crime 1º Volume | Page 21

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Na Caverna

Eu estava incomodada, alguma coisa estava acontecendo debaixo dos meus olhos e não e eu não conseguia notar. Ninguém comentava sobre os saqueadores e quando eu perguntava, não me respondiam. Um barco iria me buscar na ilha ao anoitecer, iria para a capital e depois pegaria um vôo para minha cidade. Precisava checar mais algumas coisas e anotar as últimas impressões do povoado. Por não conseguir nenhuma entrevista com José Miguel minha reportagem ficaria muito parcial. Não tem como retratar todo o povoado se não conheço a outra aldeia. Novamente estava caminhando em direção ao topo da montanha, estava claro e não era tão perigoso caminhar sozinha. A guarda no muro tinha o dobro de mulheres que nos dias antes ao acidente com os saqueadores.

Sentei no mesmo lugar que havia encontrado da primeira vez que subi na montanha. Antes de acender o baseado, me lembrei da caverna. Forcei meu olhar na direção que me recordava e reparei que ela ainda estava lá. Eu não estava confusa. Só havia duas alternativas, ou Helena não conhecia bem seu território ou estava mentindo. Eu sabia que a primeira opção era pouco provável. Esperei, fumei. Me levantei e caminhei em direção a parte escura montanha. Não parecia estar longe. Consegui chegar na entrada uma hora depois, ela era grande, maior do que imaginava.

Gabriela telésforo

[capítulo 9]