Ensaio sobre um crime 1º Volume | Page 20

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conseguiram quebrar o portal, comemoraram gritando mais. Me arrepiei quando vi seus olhos observando o meu. O homem que estavam escalando o muro me encontrou, soltou gargalhadas quando eu gritei. Comecei a correr em direção a aldeia, nenhuma dor importava mais, precisa apenas sair daquele lugar. Tropecei e fui ajudada a levantar. Era Helena. Atrás dela havia muitas guardas. Comecei a chorar e elas tamparam minha boca. Fizeram sinal de silêncio e fiquei esperando, abraçada a minha guarda pessoal. O homem que estava correndo atrás de mim foi derrubado. Uma lança tinha atravessado sua barriga. Ele parecia estar morto. As mulheres seguiram em direção ao muro e só consegui ouvir os gritos. Todos foram assassinados. A facilidade com que elas mataram os saqueadores, me deixaram assustada. Não parecia ser a primeira vez. Elas tinham habilidade para fazer aquilo. Algumas guardas voltaram chorando, eles tinham matado duas mulheres que estavam fazendo a vigília na muralha. Ficaram escondidos e as surpreenderam. Se eu não tivesse me perdido, eles teriam entrado na aldeia e espalhado o caos.

No dia seguinte, ninguém comentou sobre o acontecido. Não vi o que fizeram com os corpos, nem das mulheres nem dos saqueadores. Ficaria só mais um dia na aldeia, meu patrocínio foi cortado pois eu não tinha nenhuma informação concreta para editar o relatório. Eu ainda estava assustada pelo incidente de ontem à noite. A forma como as mulheres mataram aqueles homens, me assustaram mais do que ser perseguida por um deles. Elas faziam aquilo com frequência, não era apenas um acontecimento isolado. Onde estavam os corpos? Por que tantas armas se praticamente não lutavam contra ninguém? Talvez ainda dê tempo de salvar minha matéria.