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O Ataque
Me senti mal durante o ritual, já tinha completado uma semana que estava na aldeia. Pode ter sido o chá ou alguma coisa que comi, mas precisa ir descansar. O culto ainda estava acontecendo, não quis incomodar e saí sem que ninguém me notasse. No meio do caminho, me senti zonza, devo ter me distraído pois caminhei em direção ao muro e não a aldeia.
Estava escuro, tinha apenas um poste de luz perto da porta principal da muralha. Estava começando a me sentir melhor quando escutei vozes de homem se aproximando. Me escondi, estavam depois do muro e eu não encontrei nenhuma das guardas ao longo do caminho. Minhas pernas não me obedeciam e eu não consegui correr. Apenas me abaixei e tomei cuidado para não fazer barulho.
Suas vozes ficaram mais próximas, pela fala arrastada, pareciam estar bêbados. Me lembrei de todas as histórias sobre os saqueadores e as brutalidades que cometiam contra as mulheres. Senti uma dor no estômago. Eles se aproximaram do muro e começaram a comemorar, quando me virei e os observei por uma fenda na madeira, notei que uma das guardas estava caída no chão, próxima a eles. Eram quatro homens. Dois deles chutavam o portão principal e os outros já estavam subindo o muro. Fiquei desesperada, iam me matar. Eles gritavam, quando conseguiram quebrar o portal, comemoraram gritando mais. Me arrepiei quando vi seus olhos observando o meu.
Gabriela telésforo
[capítulo 8]