Edição Concessionárias nº570 OE_571_final | Page 22
F e
r r o v i a s
Rumo padroniza manual para as obras contratadas
As construtoras que quiseram trabalhar com a Rumo, principal-
mente a partir do ano que vem com o início das execuções na Malha
Paulista, depois de a concessionária obter a renovação antecipada
da concessão desta rede por mais 30 anos (o término da concessão
passou de 2028 a 2058), terão que se adequar ao Manual de Gestão
Ambiental de Obras da empresa – a Rumo deverá fazer investimento
na Malha Paulista de R$ 4,7 bilhões.
O Manual de Gestão Ambiental de Obras da Rumo, criado em
2016, foi feito para garantir o controle da conformidade ambiental
das execuções realizadas em projetos de expansão, manutenção e
revitalização nas ferrovias operadas pela concessionária. Ano pas-
sado, auditores acompanharam mais de 40 obras da concessionária.
Em 2018, pelo menos 72 obras já foram auditadas, segundo a em-
presa.
“As perspectivas para o ano que vem são, certamente, de au-
mento de obras auditadas por conta da esperada renovação da con-
cessão da Malha Paulista”, diz Renata Ramalho, gerente de licencia-
mento ambiental da Rumo. “Ele deve ser seguido em toda e qualquer
obra, da mobilização até a desmobilização”.
A gerente diz que em 2017 o lançamento da Política Ambiental
da Rumo foi outro passo importante para ampliar a sustentabilidade
dos projetos desenvolvidos pela empresa. Ano passado, 14 auditores
acompanharam 43 obras e realizaram 52 treinamentos sobre gestão
ambiental ao longo de toda a malha ferroviária da concessionária.
O manual, de acordo com a Rumo, foi criado com o objetivo
de padronizar a gestão ambiental das obras e garantir a sua regu-
laridade e cumprimento de normas e obrigações. “Ele serve como
ferramenta que consolida os cuidados ambientais que o fornecedor
deve cumprir, independente da malha ou complexidade da obra”, diz.
Segundo Renata Carvalho, a elaboração do documento teve
como base as boas práticas de gestão já aplicadas em outras em-
presas do setor de infraestrutura, além de indústrias e órgãos como
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o
Departamento Estadual de Infraestrutura de Santa Catarina (Dein-
fra-SC).
Revitalização da via permanente do trecho de malha ferroviária mista
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| O u t u b r o / N o v e m b r o 2018
“Trata-se de uma ferramenta que estabelece os critérios para o
gerenciamento ambiental e como atender a legislação”, conta. As-
sim, Renata Ramalho explica que “desde o processo de contratação,
os fornecedores são orientados sobre suas obrigações e quais são as
diretrizes ambientais”.
As vistorias são periódicas nas obras, e são registradas com o
uso de planos de ação para acompanhamento. “Também ocorrem
treinamentos periódicos com os terceiros nas frentes de obras, para
dar orientações direcionadas sobre gestão ambiental”, diz.
No manual, são abordados temas como licenciamento ambien-
tal; supressão de vegetação, fauna e flora; interface com a comu-
nidade; gerenciamento de áreas de apoio e canteiros; captação da
água; operação de máquinas; infraestrutura de aterros; sistemas de
drenagem; gerenciamento de resíduos, sejam eles sólidos ou efluen-
tes; e medidas preventivas e emergenciais para vazamentos de pro-
dutos nocivos ao meio ambiente.
“Os responsáveis pela disseminação das diretrizes são os nossos
14 auditores ambientais, que atuam nas operações Norte e Sul”, diz
Renata. “A frequência deles é decidida pela Matriz de Criticidade,
um parâmetro que define o que deve ser observado em cada obra”.
Ao identificar alguma não conformidade é criado um Plano de
Ação, para acompanhamento das ações corretivas e para evitar a
repetição do desvio.
Para aumentar a eficiência da aplicação do manual, a conces-
sionária está montando o Sistema Integrado de Gestão Ambiental
da Rumo (Sigar), uma plataforma online para notebooks e smart-
phones. O aplicativo está em fase final de desenvolvimento, e será
testado ainda neste ano. Seu uso em campo está previsto para 2019.
“A proposta desse aplicativo é facilitar o registro das evidências
das vistorias ambientais na obra, e agilizar o fluxo de comunicação
para tratar as melhorias”, afirma ela. “Será uma ferramenta de ges-
tão da informação, sendo possível extrair indicadores de desempe-
nho ambiental das obras”.
A empresa informa que o novo aplicativo será utilizado pela
área de Licenciamento Ambiental da Rumo, e serão disponibilizados
acessos aos terceiros com perfis personalizados.
O manual é um documento formal e obrigatório que faz parte
da etapa de contratação, e está disponível no Portal de Fornecedores
para livre consulta. “Na prática, ele é uma ferramenta que tem dado
força para garantir que as obras estejam em conformidade ambien-
tal”, conclui Renata Ramalho, gerente de licenciamento ambiental
da Rumo.
A Rumo é composta de quatro concessões ferroviárias no Brasil,
totalizando 12 mil km de ferrovias, cerca de 1 mil locomotivas e 27
mil vagões, por meio dos quais a companhia transporta commodities
agrícolas e produtos industriais. A empresa está presente em seis
estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mao
Grosso e Mato Grosso do Sul.