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M e g a p r oje t o s / P o n t e C h a c a o Quellon, na região de Lagos no extremo sul do país, cruzando o canal de Chacao, até a ilha de Chiloé, num total de 3.364 km de ponta a ponta. A popula- ção da ilha é superior a 140 mil habitantes. DIFICULDADES O Ministério das Obras Públicas (MOP) é respon- sável pela construção e operação da ponte, que en- frenta maiores dificuldades na geologia do traçado, profundidade e largura do canal, fortes correntezas marinhas e ventos provenientes do oceano. A obra foi contratada na modalidade projeto mais constru- ção. A ponte pênsil mede 2,75 km, com vãos princi- pais assimétricos de 1.055 m e 1.155 m, três torres medindo 157 m, 175 m (dentro do canal) e 199 m, e tabuleiro de 22,5 m com quatro faixas de rodagem. Balsas já trabalham para instalar as fundações dos pilares O comportamento da ponte pênsil perante ocor- rências sísmicas definiu sua escolha, comparado a uma estrutura estaiada que é mais rígida. A proposta vencedora normas do Japão relativas a atividades sísmicas sobre pontes, foi de US$ 740 milhões com prazo de 79 meses para constru- normas europeias visando à durabilidade da estrutura prevista ção, incluindo os acessos rodoviários. O MOP responde ainda pela para 100 anos, e a legislação do Chile. Os aspectos críticos do avaliação técnica do projeto executivo da ponte, tendo como projeto estrutural em vista do vão de 1 km de um lado e 1,15 km do outro foram o carregamento desigual, que se reflete no consultora a COWI, da Dinamarca. O projeto da ponte teve que considerar os frequentes fenô- dimensionamento do suporte central com sua respectiva torre, menos sísmicos no Chile, que no ano de 1960 atingiu 9,5 pontos cuja configuração em Y invertida é diferenciada das torres la- na escala Richter em Valdivia, a 200 km do local; ventos críticos terais, a resistência a sismos e o comportamento aerodinâmico. de até 208 km/h no canal de Chacao; correntes marítimas de 9,7 Uma rede de oito sismógrafos foi montada para monitorar inclu- nós, equivalente a 18 km/h, e ondas de 8 m de altura; a ocorrên- sive microssismos na região. O projeto sísmico considera resistência a um abalo de 9,5 cia de uma formação rochosa elevada no leito do canal chamada Roca Remolino, que foi escolhida para receber as fundações da pontos na escala Richter, igual à ocorrida em Valdivia em 1960; torre central; e a criação de um canal navegável que chega a 120 a existência de uma falha geológica no subsolo a 80 km da pon- te; o comportamento do subsolo e da camada rochosa onde se m de profundidade. Os códigos de projeto adotados foram AASHTO LRFD 2012, assentam as fundações de estacas; a resposta da estrutura pên- As pontes pênseis com os maiores vãos Ranking 1 2 3 4 5 6 7 8 17 Vão principal Ano (m) abertura Akashi Kaikyo Ilha Awaji, Kobe, Japão 1.991 1998 Xihoumen Arquipelago Zhoushan, China 1.650 2009 Great Belt Halsskov-Sprogo, Dinamarca 1.624 1998 Runyang Rio Iangsé, China 1.490 2005 Humber Barton-Hull, Inglaterra 1.410 1981 Jiangyin Rio Iangsé, China 1.385 1999 Tsing Ma Tsing Yi-Ma Wan, Hong Kong 1.377 1997 Verrazano Narrows Nova York, EUA 1.298 1964 Chacao Canal de Chacao, Chile 1.180 2024 Nome Localidade www.revistaoempreiteiro.com.br | 23