Ed. 320 - completa Setembro / Outubro - 2020 | Page 79
diretor-presidente da Klin Calçados
Infantis, Carlos Mestri-
O
ner, abriu sua fala contando um pouco
da história da empresa que tem 37
anos, lembrando que a administração
sempre teve como foco dedicar-se
ao público infantil, com o propósito
de cuidar das pessoas. A chegada da
pandemia é um desafio que preocupa,
mas não assusta, segundo Carlos,
porque a experiência de quase quatro
décadas, e a passagem por muitas
crises diferentes, levou o grupo a uma
condição de maturidade que o faz ter
a tranquilidade de que serão encontrados
os melhores caminhos para
atravessar este momento. “É isto que
estamos fazendo desde o dia 20 de
março, quando nos deparamos com
a certeza de que estávamos diante
de um cenário muito adverso.” A Klin
criou um grupo que tem acompanhado
dia a dia o desenrolar da crise, cuidando
dos detalhes, “o que nos ajudou
muito a atravessar, superar e chegar
até aqui”. Carlos Mestriner conta que a
pandemia pegou a Klin justamente em
um momento de preparação para as
próximas gerações. Eles haviam acabado
de contratar um CEO para ajudar
no processo estratégico de reestruturação.
“Com a chegada da pandemia,
aceleramos este processo e tivemos
que nos adaptar a muitas coisas”, revelou.
No início o grupo aderiu à MP
da redução de jornada, e seguiu todos
os protocolos de distanciamento e
cuidados com os colaboradores que
continuaram trabalhando. E mais recentemente
a empresa proporcionou
a todos os colaboradores das suas unidades
produtivas um kit de prevenção
com medicamentos e cuidado com
carinho das pessoas, que são o ativo
maior que a empresa tem.
Com tudo isto, a Klin está passando
não de uma forma tranquila, mas
de uma forma mais amena por toda
esta adversidade. “A gente já enxerga
esta nova economia, este novo normal,
e estamos já neste mês de julho,
com resultados fantásticos e agosto
se desenhando muito bem”, afirmou o
executivo, que disse acreditar em um
último trimestre do ano muito forte
com a retomada mercado. Ele disse
entender que há um consumo represado
muito forte, e para quem está
no infantil, o privilégio está no fato de
que as crianças estão em casa, mas os
pezinhos estão crescendo. “Quando
esta molecada voltar para a escola e
sair à rua para valer, vão precisar de
sapatos. Por isto, a Klin está acreditando
tanto na retomada ainda este ano”,
esclareceu.
O presidente do IBTeC, Paulo Griebeler,
foi o mediador. Ele falou sobre
a postura do instituto em relação ao
momento, afirmando que a ideia era
aumentar os investimentos, mas a
pandemia fez com que a entidade decidisse
pela manutenção nos mesmo
padrões do ano passado, afirmando
que a instituição tem um planejamento
estratégico para os próximos
30 anos, com o objetivo de triplicar o
tamanho. Sobre os protocolos para enfrentar
a pandemia, Paulo afirmou que
todos os cuidados estão sendo tomados,
com uma série de ações implantadas
para funcionários e clientes que
estão circulando na sede do instituto.
Uma das medidas foi o estabelecimento
de turnos, para poder manter o
distanciamento entre os funcionários,
com manutenção de equipes em home
office em sistema de rodízio. Também
salientou a decisão da direção do
IBTeC de não reduzir salários e não demitir
nenhum funcionário, para que a
instituição esteja forte quando houver
a retomada do mercado aos patamares
anteriores à pandemia. “Acredito
que o nosso maior ativo realmente são
as pessoas, e se elas estiveram juntas
nestes oito anos que estamos aqui na
presidência da entidade, a gente tem
certeza de que é o momento de atravessar
esta pandemia, e lá na frente a
gente vai ter oportunidades”, considerou.
Perguntados sobre a “briga” China
x EUA como uma possibilidade de
oportunidade para o calçado brasileiro,
Pedro Bartelle afirmou que a economia
asiática representa um perigo,
sim, porque dentro deste quadro da
pandemia, a Ásia foi o continente que
não parou de produzir em nenhum
momento, e esse mesmo continente
em alguns momentos já vinha afetando
fabricantes de todo o Planeta. “Isto
é muito preocupante, porque a gente
tem uma vantagem de poder exportar
algum tipo de calçado mais modal,
mas a gente não tem a vantagem que
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