Ed. 320 - completa Setembro / Outubro - 2020 | Page 65
A MUDANÇA PARA TRABALHO REMOTO MUDOU
os padrões de consumo
O
data center de nuvem híbrida
tornou-se uma realidade
inquestionável em 2020
e a mudança no consumo e nas operações
ocasionadas pela pandemia
da Covid-19 foram fatores importantes
para este cenário, revela relatório
ISG Provider Lens Next-Gen Private/
Hybrid Cloud - Data Center Services &
Solutions - Brazil 2020, divulgado em
julho. Esse é o primeiro estudo que
avalia o mercado de nuvem híbrida e
privada no País durante a pandemia.
De acordo com o estudo realizado
e representado pela TGT Consult no
Brasil, todos os provedores de serviços
em nuvem pública agora percebem
a importância de oferecer software e
serviços para viabilizar a infraestrutura
híbrida e a surpresa do trabalho remoto
mudou os padrões de consumo e
sustentou data centers até o momento.
O estudo, que teve início em abril,
detectou que no começo da pandemia
existia uma expectativa de diminuição
no volume de negócios e redução de
custos. De acordo com Pedro Maschio,
autor da pesquisa e analista da TGT,
“houve uma redução em algumas
demandas no setor, mas, por outro
lado, o comércio eletrônico registrou
aumento e o trabalho remoto
demandou mais da infraestrutura. O
e-commerce e o home office forçado
e repentino sustentaram até agora os
data centers”, ressalta o autor.
Apesar do impacto sem precedentes
da Covid-19, nos 59 provedores
participantes da pesquisa, é impressionante
que nenhum deles tenha
parado suas operações. Aqueles que
possuem uma parcela maior das empresas
clientes de comércio eletrônico
relataram maior demanda por processamento
e largura de banda com o
aumento do volume de transações dos
clientes.
Alguns dos parceiros da Microsoft
implantaram milhares de usuários no
Microsoft Teams SaaS com conectividade
ao data center. Aqueles que suportam
data centers mais tradicionais
relataram um aumento repentino na
demanda de VPN, e alguns implantaram
milhares de novas VPNs em apenas
alguns dias para permitir o trabalho
remoto para seus clientes. Alguns
data centers on-premise que não tinham
as ferramentas necessárias para
apoiar tal ambiente para seus funcionários
tinham novos instalados.
Pedro explica que o relatório incluiu
empresas de data center e não
somente de cloud, por esse motivo
ficou muito marcante a necessidade
de ter a modernização dessas tecnologias.
Houve ainda uma maior
percepção sobre as vantagens de se
terceirizar a infraestrutura em razão
das necessidades de manutenção das
ferramentas e tecnologias.
“A correria para o lockdown gerou
essa aceleração para o cloud e
as empresas sem o cloud passaram a
ser obsoletas. Sem dúvida, esse foi um
ano que mudou a perspectiva sobre a
importância do cloud, no qual empresas
gigantes passaram a reportar seus
primeiros experimentos em nuvem,
como, por exemplo, os cinco maiores
bancos do Brasil que anunciaram ter
parte de seus sistemas rodando em
nuvem.”
O relatório destaca ainda que muitos
provedores de serviços no Brasil
estão usando inteligência artificial e
computação cognitiva para dar suporte
à automação de serviços gerenciados.
A automação inteligente
se tornou o padrão para provedores
de serviços gerenciados que atendem
grandes empresas. Embora um data
center em nuvem híbrido totalmente
automatizado ainda não seja uma realidade,
os fornecedores estão se movendo
nessa direção.
O estudo também aponta que o
mercado intermediário brasileiro no
setor de data center em nuvem privada
e híbrida vem crescendo mais rápido
que o mercado de grandes empresas.
Nos últimos anos, os provedores
de serviços haviam relatado que novos
clientes eram empresas com data
centers internos e estavam dispostos a
experimentar a nuvem. Mas, em 2019,
algumas empresas do mercado intermediário
brasileiro mudaram de fornecedor,
indicando uma concorrência
agressiva.
Já o mercado de hospedagem gerenciada
vem perdendo relevância no
Brasil, pois abre caminho para sistemas
em nuvem pública e híbrida. Uma
tendência emergente é de provedores
de hospedagem gerenciada que passaram
a usar instalações de colocation
de alta qualidade em vez de seus próprios
data centers para hospedar seu
hardware e software, diz o estudo.
E-COMMERCE
E HOME OFFICE
SUSTENTARAM
OS PROVEDORES
DE NUVEM
HÍBRIDA E
PRIVADA EM
ATIVIDADE
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