Ed. 320 - completa Setembro / Outubro - 2020 | Page 50

O futuro do seu negócio depende de você hoje Considerado um dos pioneiros do e-commerce no Brasil, Fred Rocha comentou em sua apresentação que estamos todos vivendo momentos muito difíceis, para os quais não estávamos preparados. As pessoas passaram a ser representadas por imagens, não temos mais contato físico, mas ainda assim podemos nos comunicar, gerar conteúdo e também riqueza. O mundo dos negócios, ponderou o palestrante, é semelhante a uma grande corrida, na qual cada carro representa uma empresa. Na frente segue quem é inovador, atrás quem está acomodado, mas de repente surgiu na pista um imprevisto, o carro madrinha entrou em cena e todos começaram a andar mais devagar. Mas o certo é que nesta situação todos têm a oportunidade de se reorganizar. O grande desafio é se manter na corrida. Para isso é preciso poupar combustível e pneus, não forçar demais o motor, ter reflexos rápidos e manter a tranquilidade para quando o carro madrinha sair da pista, voltar a acelerar no tempo certo. Hoje, esta saída do carro madrinha da pista representa o novo normal, mas talvez quando o mercado voltar a funcionar de fato, muitos negócios, mesmo estando abertos, vão parecer que Fred Rocha continuam fechados, pois o consumidor talvez não tenha fôlego para voltar a comprar no volume que se deseja para fazer a roda da economia girar. Além disso, muitos produtos e serviços podem se tornar supérfluos. “O normal mesmo é todo dia ser diferente um do outro, o problema é que nós nos acostumamos facilmente às situações e buscamos a rotina. Mas se por um lado tudo mudou e os negócios físicos diminuíram muito, por outro as empresas continuam a existir e estando vivas precisam encontrar novos caminhos”, contextualizou. Sublinhando que o digital é só mais um canal e não o único, ele enfatizou crer na elasticidade cultural da humanidade e lembrou que durante as guerras países inteiros foram devastados, mas logo em seguida o comércio sempre voltou a existir tal como era antes. E nos dias atuais não vai ser diferente. Também destacou que a roda da economia não parou de girar logo na minha vez ou na sua, mas parou na vez de todo mundo, e já não dá mais para comparar um ano com o outro e nem mesmo um dia com o outro. Salientando que incertezas sempre existiram e continuarão a existir no mundo dos negócios, ele destacou a necessidade de as empresas e o comércio pararem de vender do “jeito velho”, pois as habilidades que levaram os negócios a existirem até aqui não serão as mesmas que as levarão para o futuro. “Temos muitos desafios culturais, desde o início da história da humanidade o preço é o principal fator para a venda de produtos, e precisamos reverter esta situação construindo valor baseado no que o produto representa na vida das pessoas a não somente pelos custos nele embutidos”, determinou. Lembrando que a história da civilização está ligada à migração humana em busca de qualidade de vida, o palestrante afirmou que o varejo sempre foi passivo e se hoje os lojistas sofrem tanto, um dos principais motivos é a postura de esperar que o cliente tenha a iniciativa de entrar na sua loja. “É preciso ter propósito no convite para que as pessoas entrem na sua loja. Não adianta chamá-las para tomarem café, pois se elas quiserem tomar café irão à cafeteria e não à loja de calçados”, exemplificou. Ao final da apresentação, voltou a destacar que o que dá frutos hoje não vai necessariamente continuar a dar frutos amanhã. “A empresa para ganhar dinheiro hoje tem que ter o propósito verdadeiro de facilitar a vida das pessoas. O dinheiro é consequência disso”, concluiu. 50 • setembro | outubro