“
Tudo indicava que 2020 seria
um ano de muita recuperação.
O mercado mundial para o couro acenava
positivamente, e sinais claros de
recuperação no mundo da moda, com
reconquista de espaço principalmente
na área calçadista, que o tinha relegado
a um segundo plano. Ao mesmo
tempo, o custo Brasil finalmente estava
sendo atacado através de reformas
fundamentais, como a Trabalhista e
a da Previdência, entre outras atualizações
na legislação, em áreas como
a das normas regulamentadoras de
segurança e de saúde. E ainda espaço
para que ocorressem outras reformas
há muito necessárias, como a tributária,
que eliminaria muito do custo para
as nossas empresas.
Porém, veio o coronavírus e o cenário
mudou de uma hora para outra,
criando um quadro de total incerteza
e dificuldades extraordinárias para as
nossas empresas e para as empresas
de nossos clientes. Para sobreviver
neste cenário, estamos atuando fortemente
na busca de indispensáveis
medidas de governos federal, estadual
e inclusive municipal. Mas, ainda que
não saibamos quando e a que preço,
estamos certos de que esta tempestade
vai passar, com outras que já enfrentamos,
e o setor coureiro gaúcho
continuará fornecendo com muita
qualidade um produto nobre e insubstituível,
que é o couro.”
Moacir Berger
presidente executivo da Associação das Indústrias
de Curtumes do Rio Grande do Sul (AICSul)
“
As expectativas do setor de componentes
eram de crescimento
tanto no mercado interno como externo.
No interno, havia perspectivas
de aumento de poder de compras do
consumidor tanto pelo maior poder
aquisitivo quanto pelas maiores exportações
de calçados e de couro,
buscando novos materiais especificamente
ligados ao fator de sustentabilidade.
No mercado externo também
se tinha expectativa de aumento, pois
com o Inspiramais e trabalhos feitos
no exterior tínhamos já consolidado
uma imagem de moda, inovação e
sustentabilidade. Então, antes do covid-19,
tínhamos uma expectativa de
aumento de vendas tanto no mercado
nacional como no externo. Ante o
cenário atual, estamos em constante
contato com as empresas para saber
quais as principais dificuldades e em
conjunto, quando for o caso, fazermos
pleitos junto aos responsáveis governamentais
ou outros. Isso hoje envolve
as áreas trabalhista, financiamento e
tributárias principalmente, mas também
verificando como se pode dar
suporte para sua abertura, com todos
os cuidados preservando a saúde. Na
parte de mercado, estamos nos engajando
em duas campanhas como o
Vista Brasil e o Feito no Brasil, assim
como estamos discutindo uma própria
campanha do setor no sentido de usarse
mais produtos brasileiros, desde os
materiais até o produto final.
Além dessa campanha mobilizadora,
estamos buscando linhas próprias
de financiamento para a cadeia de tal
forma que o crédito flua em todos os
elos. Na área internacional, estamos
trabalhando muita a imagem do setor,
divulgando a qualidade e atualização
dos materiais brasileiros, através de
todas as mídias sociais.”
Milton Killing
presidente Associação Brasileira de Empresas de
Componentes para Couro, Calçados e Artefatos
(Assintecal)
58 • maio | junho