Ed. 318 - completa Maio / Junho - 2020 | Page 58

“ Tudo indicava que 2020 seria um ano de muita recuperação. O mercado mundial para o couro acenava positivamente, e sinais claros de recuperação no mundo da moda, com reconquista de espaço principalmente na área calçadista, que o tinha relegado a um segundo plano. Ao mesmo tempo, o custo Brasil finalmente estava sendo atacado através de reformas fundamentais, como a Trabalhista e a da Previdência, entre outras atualizações na legislação, em áreas como a das normas regulamentadoras de segurança e de saúde. E ainda espaço para que ocorressem outras reformas há muito necessárias, como a tributária, que eliminaria muito do custo para as nossas empresas. Porém, veio o coronavírus e o cenário mudou de uma hora para outra, criando um quadro de total incerteza e dificuldades extraordinárias para as nossas empresas e para as empresas de nossos clientes. Para sobreviver neste cenário, estamos atuando fortemente na busca de indispensáveis medidas de governos federal, estadual e inclusive municipal. Mas, ainda que não saibamos quando e a que preço, estamos certos de que esta tempestade vai passar, com outras que já enfrentamos, e o setor coureiro gaúcho continuará fornecendo com muita qualidade um produto nobre e insubstituível, que é o couro.” Moacir Berger presidente executivo da Associação das Indústrias de Curtumes do Rio Grande do Sul (AICSul) “ As expectativas do setor de componentes eram de crescimento tanto no mercado interno como externo. No interno, havia perspectivas de aumento de poder de compras do consumidor tanto pelo maior poder aquisitivo quanto pelas maiores exportações de calçados e de couro, buscando novos materiais especificamente ligados ao fator de sustentabilidade. No mercado externo também se tinha expectativa de aumento, pois com o Inspiramais e trabalhos feitos no exterior tínhamos já consolidado uma imagem de moda, inovação e sustentabilidade. Então, antes do covid-19, tínhamos uma expectativa de aumento de vendas tanto no mercado nacional como no externo. Ante o cenário atual, estamos em constante contato com as empresas para saber quais as principais dificuldades e em conjunto, quando for o caso, fazermos pleitos junto aos responsáveis governamentais ou outros. Isso hoje envolve as áreas trabalhista, financiamento e tributárias principalmente, mas também verificando como se pode dar suporte para sua abertura, com todos os cuidados preservando a saúde. Na parte de mercado, estamos nos engajando em duas campanhas como o Vista Brasil e o Feito no Brasil, assim como estamos discutindo uma própria campanha do setor no sentido de usarse mais produtos brasileiros, desde os materiais até o produto final. Além dessa campanha mobilizadora, estamos buscando linhas próprias de financiamento para a cadeia de tal forma que o crédito flua em todos os elos. Na área internacional, estamos trabalhando muita a imagem do setor, divulgando a qualidade e atualização dos materiais brasileiros, através de todas as mídias sociais.” Milton Killing presidente Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) 58 • maio | junho