Dragões #422 Jan 2022 | Page 75

A ROTA DO DRAGÃO
Casa dos 24 na Sé Monumento a D . Pedro V na Praça da Batalha
Antigo edifício dos serviços antituberculosa na Praça Dona Amélia
localizado na Praça da Batalha e com uma estátua em bronze da autoria de J . J . Teixeira Lopes ( pai ), foi inaugurado em 3 de fevereiro de 1866 . No pedestal , em pedra lioz e concebido por Joaquim José Perralho , estão representados os brasões de Portugal , dos Bragança , dos Coburgo Gotha e do Porto , do qual emerge um impressivo dragão . Na Praça do Infante localiza-se um imponente monumento dedicado ao mais famoso portuense de todos os tempos : o Infante D . Henrique “ O Navegador ”, filho dos reis D . João I e Filipa de Lencastre , nascido na cidade em 1394 e figura indissociável do início da Expansão marítima portuguesa . Concebido pelo escultor Tomás Costa , o monumento começou a ser erguido aquando do quinto centenário do seu nascimento , em 1894 , mas só foi
inaugurado , pelo casal real D . Carlos e Dona Amélia , a 19 de outubro de 1900 . Além de uma estátua pedestre em bronze representando o príncipe , o conjunto possui uma imponente base e pedestal , em pedra lioz , ornamentado numa das suas faces com o escudo da cidade e seu dragão . E por falar em Dona Amélia , a última rainha portuguesa destacouse no combate à tuberculose na cidade , na passagem do século XIX para o XX . Aqui se deslocou várias vezes , permanecendo muitos dias , para acompanhar a terrível epidemia que persistiu no Porto longas décadas e foi durante muitos anos a principal causa de morte na região , empenhandose em reunir apoios e doações que permitiram o aparecimento de hospitais , sanatórios e outras
instituições de combate à doença . Sintomaticamente o seu nome foi dado à praça e ao pequeno jardim que , no topo da rua de Santos Pousada , abriga um dos mais antigos postos na cidade do Instituto de Assistência Nacional aos Tuberculosos mais tarde designado por SLAT ( Serviços de Luta Anti Tuberculose ). Transformado , muito mais recentemente , no CRI – Centro de Respostas Integradas do Serviço Nacional de Saúde no Porto Oriental , o velho edifício ostenta ainda no frontão da fachada , sob uma Cruz de Lorena ( adotada em 1902 como o símbolo internacional da luta contra aquela doença ), um bonito e bem preservado brasão da cidade encimado por um dragão . Falemos agora de um histórico imóvel já desaparecido : o Mercado do Peixe , criado em 1834 no topo
poente da Cordoaria . Anos depois , em 1868 , por motivos de higiene pública o município promoveu profundas transformações com base num projeto do eng .º Gustavo Adolfo Gonçalves e Sousa , dando origem a um novo edifício cuja inauguração , contudo , só ocorreu em 1874 . Depois de décadas de assinalável sucesso , o mercado acabou por encerrar em 1950 com a passagem dos vendedores para o novo mercado do Bom Sucesso , na Boavista , e com a edificação , no seu lugar , do Palácio da Justiça . Nas demolições foram , contudo , retiradas as armas da cidade que se localizavam na fachada do velho mercado , vindo a ser reutilizadas , meio século depois , em 2002 , pelo arquiteto Fernando Távora , na reconstrução dos antigos Paços do Concelho que , entre os séculos XV e
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