Dragões #401 Abr 2020 | Page 58

58 “Todos queremos voltar a competir, seja quando for, e voltar a dar títulos ao FC Porto. Trabalhamos o melhor que podemos nestas circunstâncias.” papel enquanto capitão, saber como se estão a desenrolar as coisas e depois poder transmitir aos meus companheiros tudo o que for necessário. diária lidar com isto e saber como viver a nossa vida todos os dias. É muito complicado para um jogador, pois está habituado a treinar e a estar em competição. Sou uma pessoa muito competitiva por natureza e é muito difícil não ter isso na minha vida. Sinto muito a falta de competir e de ganhar, sem dúvida. Fiz o melhor que pude para estar nas melhores condições possíveis. Falava regularmente com os seus companheiros? De que forma é que tentavam manter o contacto REVISTA DRAGÕES ABRIL 2020 não podendo estar juntos? Falávamos praticamente todos os dias, nem que fosse pelo WhatsApp. Também treinámos duas ou três vezes por semana em conjunto, por videoconferência, como é óbvio, sob as orientações do preparador- físico. Era uma forma de estarmos juntos, mesmo à distância. E com a equipa técnica, costumavam falar? Falava com o Moncho López uma ou duas vezes por semana, mas creio que esse também é o meu Considera ser um jogador diferente daquele que chegou ao FC Porto para jogar no Dragon Force? Cresci como pessoa e como jogador, mas no basquetebol, como em muitas outras modalidades, as épocas são diferentes, os companheiros são diferentes e até as coisas que nos pedem para fazer dentro do campo podem ser diferentes. Procuro, acima de tudo, fazer o que a equipa precisa que eu faça. Acredito que sou um jogador de trabalho. Cheguei ao FC Porto pelo meu trabalho e não pelo meu talento. Na altura teve convites de outras equipas, mas optou para vestir a camisola do Dragon Force e disputar a Proliga. Porquê? Desde a primeira vez em que o Moncho López me ligou a dizer que o FC Porto estava interessado em mim, tudo ficou fechado na minha cabeça. Era só uma questão de acertar os detalhes do contrato. Para mim, representar uma equipa como o FC Porto e ser treinado por um treinador como o Moncho López era um sonho. Foi numa altura infeliz para a modalidade no clube, pois a equipa profissional tinha sido extinta, mas se isso não tivesse acontecido, não sei se agora estaria no FC Porto. Aquele célebre lançamento contra o Illiabum, que deu o título de campeão da Proliga, será sempre um momento inesquecível? Primeiro, aproveito para agradecer o trabalho que a FC Porto TV fez sobre esse momento. Ficou fantástico. São momentos de uma carreira que nunca serão esquecidos. Continuo a ver aquele vídeo muitas vezes e as sensações são as mesmas como se tivesse acontecido ontem. Na altura não sabia se saltava, se corria, se chorava, se ria… Foi um grande momento que nunca irei esquecer, até porque significou a conquista de um título. Vai ficar