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“Todos queremos voltar a
competir, seja quando for, e
voltar a dar títulos ao FC Porto.
Trabalhamos o melhor que
podemos nestas circunstâncias.”
papel enquanto capitão,
saber como se estão a
desenrolar as coisas e
depois poder transmitir
aos meus companheiros
tudo o que for necessário.
diária lidar com isto e saber como
viver a nossa vida todos os dias. É
muito complicado para um jogador,
pois está habituado a treinar e a
estar em competição. Sou uma
pessoa muito competitiva por
natureza e é muito difícil não
ter isso na minha vida. Sinto
muito a falta de competir e
de ganhar, sem dúvida. Fiz o
melhor que pude para estar nas
melhores condições possíveis.
Falava regularmente com os seus
companheiros? De que forma é
que tentavam manter o contacto
REVISTA DRAGÕES ABRIL 2020
não podendo estar juntos?
Falávamos praticamente
todos os dias, nem que fosse
pelo WhatsApp. Também
treinámos duas ou três vezes
por semana em conjunto, por
videoconferência, como é óbvio,
sob as orientações do preparador-
físico. Era uma forma de estarmos
juntos, mesmo à distância.
E com a equipa técnica,
costumavam falar?
Falava com o Moncho López uma
ou duas vezes por semana, mas
creio que esse também é o meu
Considera ser um jogador
diferente daquele que
chegou ao FC Porto para
jogar no Dragon Force?
Cresci como pessoa e como
jogador, mas no basquetebol, como
em muitas outras modalidades,
as épocas são diferentes, os
companheiros são diferentes e
até as coisas que nos pedem para
fazer dentro do campo podem
ser diferentes. Procuro, acima
de tudo, fazer o que a equipa
precisa que eu faça. Acredito
que sou um jogador de trabalho.
Cheguei ao FC Porto pelo meu
trabalho e não pelo meu talento.
Na altura teve convites de outras
equipas, mas optou para vestir
a camisola do Dragon Force e
disputar a Proliga. Porquê?
Desde a primeira vez em que o
Moncho López me ligou a dizer
que o FC Porto estava interessado
em mim, tudo ficou fechado na
minha cabeça. Era só uma questão
de acertar os detalhes do contrato.
Para mim, representar uma equipa
como o FC Porto e ser treinado
por um treinador como o Moncho
López era um sonho. Foi numa
altura infeliz para a modalidade no
clube, pois a equipa profissional
tinha sido extinta, mas se isso
não tivesse acontecido, não sei
se agora estaria no FC Porto.
Aquele célebre lançamento
contra o Illiabum, que deu
o título de campeão da
Proliga, será sempre um
momento inesquecível?
Primeiro, aproveito para agradecer
o trabalho que a FC Porto TV
fez sobre esse momento. Ficou
fantástico. São momentos de
uma carreira que nunca serão
esquecidos. Continuo a ver
aquele vídeo muitas vezes e as
sensações são as mesmas como
se tivesse acontecido ontem. Na
altura não sabia se saltava, se
corria, se chorava, se ria… Foi um
grande momento que nunca irei
esquecer, até porque significou a
conquista de um título. Vai ficar