Dragões #468 Nov 2025 | Page 12

TEMA DE CAPA
NOVEMBRO 2025 REVISTA DRAGÕES

O DIA EM QUE O EURO tremeu

Antes de ser casa de finais europeias e noites de gala, o Estádio do Dragão foi um estaleiro de betão, prazos apertados e decisões políticas que puseram em risco a realização do Euro 2004. Entre o adeus às Antas, o braço-de-ferro com a Câmara e um relvado refeito ao sprint, a nova casa do FC Porto nasceu exatamente como o clube gosta: contra o relógio e contra as probabilidades.

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Estádio do Dragão não nasceu apenas de um concurso de arquitetura nem de um capricho do calendário do Euro 2004. Nasceu de uma inevitabilidade, porque o velho Estádio das Antas já não tinha como acompanhar a ambição de um clube que se habituara a pensar em finais europeias. Quando, em 1999, Portugal ganhou a organização do Europeu, o FC Porto percebeu que tinha chegado a hora: não dava para continuar a mandar o futuro jogar num campo que já pertencia à história. A resposta foi mais do que um estádio: foi um plano de cidade. O Plano de Pormenor das Antas redesenhou 42 hectares da zona oriental do Porto e pôs o novo recinto no centro de tudo, como coração de um bairro renovado e moderno. O arquiteto Manuel Salgado desenhou um estádio aberto à luz, com linhas simples e elegantes, pousado a
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