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OUTUBRO 2025 REVISTA DRAGÕES
Está quase a celebrar o quinto aniversário da estreia em Setúbal. O que recorda daquela tarde? Já falei muitas vezes sobre este momento, que foi muito inesperado para mim. Claro que tentei desfrutar do momento ao máximo e lembro-me de que as pessoas me acolheram muito bem e senti logo que estava numa casa em que poderia ficar durante muitos anos. Foi um momento que eu não esperava que acontecesse tão cedo. Claro que era um objetivo meu mais para a frente, mas a partir do momento em que tive essa oportunidade, tentei agarrar ao máximo e desfrutar do tempo em que estive lá dentro.
Esses minutos valeram-lhe o primeiro título como sénior. Celebrou efusivamente ou preferiu guardar energia para quando voltar a conquistar o troféu com maior contributo? Desfrutei na altura porque é bom estar nessas celebrações, mas também sinto que não fiz parte e gostava de experienciar este sentimento outra vez, porque acho que vai ser muito maior fazendo mais parte da equipa e jogando mais minutos, mas claro que é sempre bom estar nesse tipo de celebrações que ficam para a história.
O empréstimo ao FC Gaia foi determinante para crescer enquanto jogador e pessoa ao mais alto nível? Já tinha tido aquela experiência com 14 anos, no FC Porto, comecei cedo e essa passagem de iniciado ou juvenil para sénior tão cedo foi um grande choque, mas a da segunda divisão para a primeira também foi muito diferente. A nível qualitativo e tático, é um patamar bastante superior, mas sinto que, ao jogar tantos minutos tão cedo, desenvolvi-me muito tão novo e acho que foi uma experiência enriquecedora para o meu futuro.
Marcar mais de 200 golos em apenas 45 jogos na primeira divisão não é para qualquer um. Que trabalho fez para estar tão cedo ao nível dos melhores? Desde cedo que comecei a gostar muito de rematar e tinha essa liberdade e esse incentivo, mas também sei que, quando era mais novo, nós trabalhávamos muito técnica e tática individual, e isso também permite desenvolver essa vontade de marcar tantos golos. Acho que o aspeto coletivo foi aquele em que mais me desenvolvi no FC Gaia, porque quando cheguei ao FC Porto era um jogador muito mais individualista do que sou agora. Agora, a nível coletivo, estou muito melhor, não só pela relação com os pivôs e os pontas, mas também por jogar mais de mente e visão aberta. Antes tinha muito foco na baliza e claro que, quando a nível individual passamos por
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