BASQUETEBOL
OUTUBRO 2025 REVISTA DRAGÕES que jogar um jogo de cada vez e pensar que todos os jogos vão ser um grande desafio. Somos o FC Porto e somos um alvo, toda a gente nos quer ganhar.
Quais são os objetivos no plano interno? Vivemos jogo a jogo, mas temos claro dentro da equipa que o grande objetivo é o campeonato, pois já nos escapa há muitos anos. Internamente, esse é o grande objetivo, mas pelo meio temos as Taças que também queremos ganhar.
Considera que é essencial vencer a fase regular ou acredita que o fator casa pode já não fazer tanta diferença nos Playoffs? O fator casa faz diferença e temos de saber jogar com isso, ainda por cima numa casa como a nossa, que enche e na qual os adeptos gostam da modalidade. Queremos ganhar os jogos todos e chegar aos Playoffs na melhor posição possível.
Quando tiver toda a gente saudável e pronta para ajudar, o que podem os adeptos esperar da equipa? Com dificuldades ou não, temos de mostrar serviço e temos de ganhar jogos. Com problemas ou sem problemas, somos o FC Porto e temos de ganhar jogos, temos de mostrar alma dentro do campo.
Recentemente esteve com Miguel Queiroz a representar Portugal no EuroBasket 2025. Quais são as melhores memórias que guarda dessa experiência? O grupo que foi ao EuroBasket é um grupo que já vinha a trabalhar junto há muito tempo, por isso foi o culminar de um projeto de vários anos. Defrontámos seleções que era difícil imaginar que podíamos defrontar e todos os pequenos momentos foram especiais. O EuroBasket foi o culminar de todas as pequenas coisas e numa experiência como esta todos os momentos são bons, temos de desfrutar ao máximo e sem pressão nenhuma, pois o nosso maior troféu era estar lá. As duas vitórias que conseguimos foram momentos históricos e mesmo as derrotas frente a grandes seleções são memórias que vão ficar para sempre. Há muitas coisas para contar e para recordar.
Recorde-nos o trajeto de vida, pois muita gente não sabe que nasceu na Ucrânia. Nasci na Ucrânia, tal como toda a minha família. Os meus pais emigraram para Portugal quando tinha três ou quatro anos e ainda vivi um ano na Ucrânia, mas depois juntei-me aos meus pais aqui em Portugal. Vivi a minha infância na Figueira da Foz, foi lá que comecei a jogar basquetebol e até hoje tenho lá os meus amigos mais próximos. Aos 15 anos integrei o Centro de Alto Rendimento no Jamor, que era um projeto da Federação Portuguesa de Basquetebol, e depois surgiu a oportunidade de continuar a fazer a minha formação no FC Porto. Assim foi, eu e a minha família mudámo-nos para o Porto. Acabei a minha formação aqui no FC Porto, comecei a integrar a equipa B e depois os treinos da equipa A. Passo a passo, fui ganhando protagonismo na equipa principal e há dois anos surgiu a possibilidade de ir para Espanha e viver uma realidade diferente, que era algo que queria muito. Tinha essa curiosidade e fez sentido para mim. Por vezes é preciso sair da nossa zona de conforto para aprendermos coisas novas. Acima de tudo, volto com mais ambição, com mais vontade e com outra maturidade.
O que costuma fazer nos momentos em que sente necessidade de se desligar do basquetebol? Sou uma pessoa muito simples e sou muito ligado à minha família. Os meus pais já não estão comigo aqui no Porto e gosto de falar com eles e com a família que ainda tenho na Ucrânia. Acima de tudo, sou uma pessoa
“ Regresso com novas vivências, novas experiências e venho de uma realidade diferente. Estive dois anos em Espanha num clube muito mais pequeno, que nada tem a ver com um clube com a dimensão do FC Porto.”
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