AGENDA DA PRESIDÊNCIA
OUTUBRO 2025 REVISTA DRAGÕES
UM DIA PARA TODOS OS DIAS DO CLUBE
No Estádio do Dragão, a 11 de outubro, o Dia do Clube encheu a Tribuna VIP e o peito de pertença. André Villas-Boas abriu o encontro“ de portistas para portistas” com um agradecimento ao movimento associativo que sustenta um crescimento anual de 15 % no número de sócios. Mais do que estatística, é“ uma nova forma de viver o FC Porto”, potenciada por ferramentas como o Portal do Sócio e o Portal da Bilhética. O presidente desafiou os presentes a visitar o memorial a Jorge Nuno Pinto da Costa, espaço“ cada vez mais bonito e sentimental”, onde fotografias, dedicatórias e cartões de sócio contam o mesmo compromisso azul e branco. Com os olhos no futuro, lançou o desafio: fixar o Dia do Clube a 28 de setembro, em articulação com os Dragões de Ouro, para transformar o aniversário em tertúlias, convívios e partilha entre gerações. Depois da cerimónia emocionante das Rosetas de Diamante, fica a mensagem:“ Estamos aqui para vos servir” – com ambição renovada, um treinador que conhece a“ relação carnal” dos adeptos com o clube e uma época para honrar valores que não mudam.
SENTAR OS GRANDES PARA SALVAR O PRODUTO
De Roma para Oeiras, André Villas-Boas levou ao Portugal Football Summit um alerta sem eufemismos: o futebol português tem de se renovar já, sob pena de perder valor de forma“ imediata e evidente”. Inspirado pela qualidade dos painéis e pela abertura do debate, o presidente do FC Porto defendeu lideranças fortes na Liga e na FPF, capazes de sentar os grandes à mesa e promover discussões“ claras, transparentes e sem rodeios”, em vez de cimeiras vazias. O diagnóstico é concreto: há rutura nos direitos audiovisuais e uma tendência de queda de receitas noutros mercados; o ranking UEFA pode reduzir prémios e exposição; e o desfecho do caso Diarra pode alterar profundamente o mercado de transferências. A soma destes fatores ameaça as principais fontes de rendimento dos clubes, dos três grandes ao restante ecossistema, e empurra o setor para uma falência técnica se nada mudar. A solução, segundo André Villas-Boas, passa por um quadro competitivo que valorize os clubes de menor dimensão sem desvalorizar a marca dos grandes, por uma chave de repartição que reconheça a realidade demográfica do adepto português e por uma estratégia coesa para vender o produto: direitos a partir de 2028, marca, conteúdos, calendarização, internacionalização. É preciso um comprador e, antes disso, um produto claro. No mercado, o contexto é cada vez mais hostil: multi-club ownership, concorrência de ligas com poder financeiro e captação direta de talentos de 16 / 18 anos pelos gigantes europeus. O FC Porto investiu forte e reestruturou contas para competir, mas o ambiente exige respostas sistémicas. André Villas-Boas pede alinhamento estratégico( não necessariamente entre presidentes) e um agente unificador. O caminho começa com debate sério e termina com decisões corajosas que devolvam valor ao jogo, aos clubes e aos adeptos.
“ O futebol português tem obrigatoriamente de se renovar, porque o risco de perda de valor é imediato e está evidente”.
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