Dragões #467 Out 2025 | Page 44

AGENDA DA PRESIDÊNCIA
OUTUBRO 2025 REVISTA DRAGÕES

Uma casa para o futuro

O protocolo assinado nos Paços do Concelho a 10 de outubro não é apenas uma escritura de 70 anos sobre um terreno na antiga Escola Ramalho Ortigão. É a ambição do clube traduzida em equipamento. Para André Villas-Boas, trata-se de“ um passo significativo” que consolida o crescimento eclético do FC Porto e resolve um problema antigo:“ Fazer com que a formação das modalidades deixe de andar com a casa às costas”.
TEXTO de ALBERTO BARBOSA

O futuro pavilhão multidesportivo, a poucos metros das Piscinas de Campanhã, vai concentrar todos os escalões de formação, reforçar a vertente feminina e ampliar o desporto adaptado, potenciando sinergias operacionais e libertando espaço para que mais pessoas possam praticar desporto. O impacto transcende as paredes. Ao fixar casa, o FC Porto liberta horários e pavilhões no Porto e em municípios limítrofes, abrindo“ várias horas de prática desportiva a outras pessoas, clubes e instituições que sentem falta destas condições noutros lugares”, observou André Villas-Boas. É ecletismo com efeito multiplicador. Rui Moreira sublinhou o significado cívico do momento. Falou de normalização da relação entre o município e o clube, do valor do ecletismo, do papel do desporto adaptado e da importância social do treino: coesão, identidade, prevenção de comportamentos desviantes, encontro entre pessoas.“ Desde Myanmar ao Bangladesh”, disse o autarca, o nome FC Porto traduz a cidade, razão pela qual a cidade devolve ao clube o reconhecimento em forma de projeto estruturante. Villas-Boas partilhou a autoria, demonstrando gratidão“ de coração” ao presidente da Câmara,“ um grande portista”, e às equipas de infraestruturas e modalidades que sustentaram o processo, porque servir bem a cidade começa por dar condições de excelência a quem veste o emblema nos escalões de base. Aqui, cada metro quadrado é futuro: talento que se desenvolve, famílias que encontram rotina e pertença, treinadores que ensinam valores, atletas com e sem deficiência que têm finalmente um palco à altura das suas ambições. Quando o pavilhão abrir portas, não será apenas mais um equipamento. Será a prova de que crescer é servir melhor.

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