“ Quero que os treinadores adversários se refiram a mim como um jogador perigoso que se pode destacar na defesa e no ataque e que é inteligente, porque o andebol está em constante evolução. É a minha vez de trabalhar e de escrever a minha própria história.”
ANDEBOL
AGOSTO 2025 REVISTA DRAGÕES
“ Quero que os treinadores adversários se refiram a mim como um jogador perigoso que se pode destacar na defesa e no ataque e que é inteligente, porque o andebol está em constante evolução. É a minha vez de trabalhar e de escrever a minha própria história.”
Parece ser um atleta muito enérgico. Como se descreve? Sou eu mesmo em campo. As experiências que vivi no passado moldaram-me, especialmente essa de ver a minha família a chorar por mim, e tenho de usar isso para me dar força. Quando estou em campo, só penso em aniquilar os adversários. Peço desculpa pela expressão, mas é mesmo assim. Quem joga comigo é meu irmão e temos de“ matar” quem estiver contra nós. Jogo com o coração. Eu venho de Guadalupe, nem é de França, venho de longe e os habitantes de Guadalupe têm a sua própria história. Quero orgulhar a minha família, seja onde for, porque estou sozinho desde os 16 anos. Não tenho os meus pais, os meus irmãos, a minha namorada ou o meu enteado. Se não for para jogar andebol, volto para casa.
O campeonato francês é famoso pela competitividade. Cresceu com toda essa qualidade? No campeonato francês todos podem vencer todos. Isso é ótimo para os jogadores, porque nos faz evoluir constantemente. A cada jogo temos de ser melhores e adicionar energia e estratégia porque jogamos ao lado de muitos bons jogadores e contra grandes atletas também. Defrontamos o PSG, o Montpellier, o Nantes …. Há muita qualidade.
Também disputou a Liga Europeia. A experiência nessa prova completou o background necessário para jogar no FC Porto? Completamente. Para jogar no FC Porto é preciso ter experiência porque aqui disputam-se jogos importantes. A Liga Europeia deu-me legitimidade para representar o FC Porto. Acho que evoluí bastante nessa competição.
Chegou ao clube após a saída do Victor Iturriza, um jogador com um perfil semelhante ao seu que cresceu muito no ataque. O percurso dele é um bom exemplo para si? Quero escrever a minha própria história. Sou diferente. Percebo que temos o mesmo perfil, somos ambos portentosos, mas ele tem um grande legado que respeito e eu quero fazer a minha caminhada aqui. Quero que os treinadores adversários se refiram a mim como um jogador perigoso que se pode destacar na defesa e no ataque e que é inteligente, porque o andebol está em constante evolução. É a minha vez de trabalhar e de escrever a minha própria história.
Por que escolheu o FC Porto? O FC Porto é um grande clube. Quando o FC Porto te liga, não pensas muito. Vi a equipa, o Magnus Andersson ligoume e aceitei porque é uma grande oportunidade. É lógico por todo o histórico que tem esta instituição.
O que motivou a escolha do número 92? Antes usava o 97 porque é o início do código postal de Guadalupe, mas agora escolhi o 92 porque esta é uma nova história na minha vida e quero mudar tudo. O 92 é a idade que a avó da minha mulher tinha quando morreu. É um número especial porque foi aí que a minha história com ela começou e esta é uma luta por elas também. Estas lutas são a minha vida.
O que já conhecia sobre o clube e sobre a equipa de andebol? Sabia que o FC Porto é uma grande família, muita gente ama este clube, vejo pelas redes sociais. Vi também que a equipa de futebol ganhou a Liga dos
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