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AGOSTO 2025 REVISTA DRAGÕES aeroporto e percebi que realmente tinha de lutar. Quando, aos 16 anos, vês a tua família a chorar por ti porque tiveste de fazer uma escolha, é preciso ir até ao fim. Estou no caminho certo, mas ainda não cheguei ao final.
Tornou-se um herói na sua terra natal e até foi distinguido. O que significou? Algumas pessoas apoiaram-me, mas outras criticaram-me. As pessoas querem o teu sonho e tens de te manter focado no que queres atingir. Há pessoas invejosas. Quando voltei a Guadalupe de férias, o presidente da Câmara recebeu-me e agradeceu-me por ser um exemplo para os mais novos e encorajou-me a continuar, disse que estavam orgulhosos de mim. Foi um grande momento porque pude viver essa experiência com a minha família.
Ainda nos primeiros meses em França, foi chamado à seleção francesa de sub-19. O alto nível surpreendeu-o?
Era um objetivo chegar à seleção francesa e, quando o consegui, percebi que era uma grande mudança na minha vida. Tinha de provar o que valia e evoluir. Ganhámos o Torneio das 4 Nações em Faro e foi uma experiência inesquecível porque consegui perceber os diferentes níveis de talento que existem. Nesse torneio, até joguei contra o Mamadou Diocou e já partilhámos essa memória agora que nos voltámos a ver.
Durante o longo percurso em França, notabilizou-se como uma mais-valia na defesa. O objetivo agora é assumir preponderância também no ataque? Precisava de mudar e de melhorar e acho que no FC Porto posso progredir. Defendo bem, mas quero evoluir no ataque porque sei que consigo fazer a diferença nesse momento do jogo e quero ajudar a equipa nas duas metades do campo.
“ As experiências que vivi no passado moldaram-me, especialmente essa de ver a minha família a chorar por mim, e tenho de usar isso para me dar força. Quando estou em campo, só penso em aniquilar os adversários. Peço desculpa pela expressão, mas é mesmo assim.”
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