Dragões #462 Mai 2025 | Seite 19

TEMA DE CAPA
MAIO 2025 REVISTA DRAGÕES
NOME ANDRÉ CASTRO Pereira NATURALIDADE Gondomar
DATA DE NASCIMENTO
2 de abril de 1988( 37 anos) SÓCIO 14.677 do FC Porto CLUBES Gondomar SC FC Porto SC Olhanense( E) FC Porto Sporting Gijón( E) FC Porto Kasimpasa Göztepe SC Braga Moreirense FC Porto TÍTULOS Vencedor da Liga Europa 2011 3x Campeão Nacional( 2007 / 08, 2010 / 11 e 2012 / 13) 2x vencedor da Taça de Portugal( 2010 / 11 e 2020 / 21) Vencedor da Supertaça Cândido de Oliveira 2012 Campeão da Segunda Liga 2008 / 09 Internacional sub-17( 10), sub-18( 8), sub-19( 14), sub-20( 6), sub-21( 19) e sub-23( 3)
Como é que se adaptou tão bem à Turquia? É um futebol de emoções, ali o coração conta mais e num jogo empatado nos últimos minutos quase aposto que alguma equipa o vai ganhar. Ali ninguém joga para o empate, o futebol não é tão tático como cá e o jogo abre muito. Tinha um bom pulmão e enquanto os outros estavam a chegar ao fim eu ainda estava fresquinho. As coisas foram-me correndo bem e, sem me querer gabar, posso dizer que sou o português com mais jogos, golos e assistências na liga turca. E já passaram por lá vários craques portugueses.
E a vida fora do campo? Era espetacular, adorei o povo turco e sem a minha mulher não teria ido a lado nenhum. Quando ela soube da hipótese de irmos para lá perguntou“ é para ir? Então vamos”. Nunca houve dúvidas, era para andar e íamos juntos. As coisas correram bem no futebol e o estilo de vida na Turquia é muito melhor do que as pessoas pensam. O povo turco é um povo simples que sabe receber e eles dão a vida por ti se mostrares que estás ali para trabalhar e não para tirar proveitos. Foi isso que senti ao longo dos anos.
Além da sua mulher, quem é que lhe fez companhia durante esse período? A minha cadela, que foi connosco e fazia parte da nossa família chegada. À tarde íamos passear, tínhamos um estilo de vida muito pacífico e eu vivia para o futebol, como sempre fiz. Tinha uma vida simples, depois nasceu o nosso primeiro filho e começou a frequentar as escolas turcas. Os turcos são espetaculares com as crianças, a partir daí fui construindo a minha vida e o futebol turco foi muito importante para a minha carreira em termos de felicidade. Sempre me senti um jogador muito importante nas equipas por onde passei e um jogador de futebol não pode fugir à parte monetária, como em qualquer outra profissão. Ali deram-me um valor bom para poder terminar a carreira neste momento e sentir-me completamente realizado.
A amizade com o Raul Meireles nasce nessa altura? Essa história é muito gira. Chego ao plantel principal no ano do Jesualdo Ferreira e o Raul Meireles convidame para o casamento dele mesmo conhecendo-me há pouco tempo. Achei que ele ia convidar o plantel todo e quando cheguei ao casamento percebi que não. Ele só convidou alguns, que não eram assim tantos, e eu era um deles. Acho que ele gostou logo de mim e comecei a dar-me superbem com ele dentro do balneário. É uma pessoa superespecial e diferente de qualquer outro jogador de futebol, é uma pessoa muito à frente, como costumo dizer. Criámos uma amizade muito boa e ligueilhe quando tive que decidir se ia para a
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