Dragões #461 Abr 2025 | Page 72

Hugo Laurentino, Ricardo Moreira e Gilberto Duarte: os três heptacampeões do FC Porto
ESPECIAL 40 ANOS
ABRIL 2025 REVISTA DRAGÕES
Magnus Andersson chegou ao Dragão para revolucionar o andebol portista, nacional e mundial. Antiga glória da Suécia e com um extenso e valioso currículo enquanto jogador e treinador, o nórdico que havia levado o Göppingen à conquista das duas anteriores edições da Taça EHF trouxe o sete contra seis, uma tática emergente na modalidade que contrariou o poderio dos maiores gigantes do globo.“ O Magnus, desde que chegou, disse que estava a começar a aparecer o sete contra seis e falou dessa possibilidade. Sempre mencionou que não gostava muito, mas que teríamos que ter essa hipótese. Houve um jogo com o CSKA Sofia, eles estavam com uma defesa mais agressiva, decidimos experimentar e correu bastante bem”, lembra Fábio Magalhães. Para Rui Silva, foi o encaixe perfeito:“ Tínhamos jogadores predestinados para fazer esse tipo de jogo devido à sua formação. É o meu caso e o do Fábio. Viemos de clubes em que aprendemos a tomar decisões e depois, com as rotinas que fomos criando, tanto com o Miguel [ Martins ], como com os pivôs ou com os pontas, tudo encaixou. As peças estavam no lugar certo e tanto lá estava eu como de seguida podia estar o Miguel [ Martins ] e a verdade é que as coisas continuavam a dar resultado e isso também mostrava toda a qualidade que nós tínhamos”. O modelo constituiu-se como uma arma poderosa para fazer história. Ultrapassados o Potaissa Turda, da Roménia, e o SKA Minsk, da Bielorrússia, nas duas primeiras fases de qualificação, a entrada na segunda melhor competição europeia de clubes dependia de uma vitória contra o Magdeburgo, um adversário que era visto como“ praticamente impossível de derrotar”, ocupava o primeiro lugar do exigente campeonato alemão e viria mesmo a sagrar-se campeão europeu em 2024.“ Lembro-me que antes da eliminatória começar sabíamos que era praticamente impossível passar, porque falávamos de uma das equipas em melhor forma no mundo”, refere o central antes de recordar a primeira batalha na Alemanha:“ Tivemos uma fase com
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menos golos no jogo, em que eles estavam a ganhar por seis ou sete, mas depois conseguimos recuperar o jogo através da utilização do sete contra seis”. Com uma derrota por 26-23 na GETEC Arena, as decisões seguiam para o Dragão, palco de um jogo“ épico por essa remontada e pela exibição que a equipa toda fez”, o“ início de uma grande jornada e de uma grande geração de jogadores que fez algo inédito e muito bom pelo FC Porto”:“ Chegámos a uma altura que estávamos a ganhar por dez”.“ Foi completamente surreal. Na altura tínhamos na equipa o Djibril e lembrome que, depois dos jogos, ele nos
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