Rui Silva:“ Tínhamos jogadores predestinados para fazer esse tipo de jogo [ sete contra seis ] devido à sua formação. É o meu caso e o do Fábio [ Magalhães ]. Viemos de clubes em que aprendemos a tomar decisões e depois, com as rotinas que fomos criando, tanto com o Miguel [ Martins ], como com os pivôs ou com os pontas, tudo encaixou”.
ESPECIAL 40 ANOS
ABRIL 2025 REVISTA DRAGÕES relatou que na Alemanha estava toda a gente surpreendida, que tínhamos conseguido algo extraordinário. Foi um jogo incrível e, a partir daí, ganhámos uma confiança e conseguimos enfrentar as outras equipas da Europa com uma mentalidade diferente”, sublinha Fábio Magalhães enquanto Daymaro Salina dá contexto:“ Foi um ano meio estranho porque vínhamos de uma época anterior que havia corrido muito mal e nessa estávamos com muita vontade de recuperar tudo”. A mentalidade inevitavelmente mudou e a confiança cresceu exponencialmente.“ Depois de ganharmos ao Magdeburgo, sentimos que podíamos derrotar qualquer equipa e assim foi: na fase de grupos vencemos os jogos todos e, como estávamos tão confiantes, quando nos saiu o Saint-Raphaël acreditámos que poderíamos seguir em frente também”, destaca o agora capitão.“ Jogávamos contra grandes jogadores, contra grandes equipas, mas nós também fomos tendo a perceção de que éramos grandes jogadores”, resume na perfeição Rui Silva, que liderou o percurso do coletivo azul e branco dentro de campo rumo à Sparkassen Arena, um templo do andebol mundial em que se viveram dias inigualáveis e enriquecedores. Fábio relata“ um ambiente incrível com adeptos que mesmo depois dos
Rui Silva:“ Tínhamos jogadores predestinados para fazer esse tipo de jogo [ sete contra seis ] devido à sua formação. É o meu caso e o do Fábio [ Magalhães ]. Viemos de clubes em que aprendemos a tomar decisões e depois, com as rotinas que fomos criando, tanto com o Miguel [ Martins ], como com os pivôs ou com os pontas, tudo encaixou”.
jogos apoiavam imenso” e Daymaro, com um sorriso no rosto, dá conta do“ muito carinho de todos os adeptos alemães”.“ Toda a gente gostava de nós. Isso deve-se à maneira como nós jogávamos. Dávamos espetáculo. O mais engraçado foi que o Thomas Bauer até ganhou um prémio dos fãs de jogador mais interativo”, recorda Laurentino. Contra um gigante mundial de nome Füchse Berlin, o sonho terminou com“ diferenças reduzidas”( 24-20), mas o último lugar do pódio não fugiu. No terceiro jogo contra o Holstebro, os Dragões saíram com o terceiro triunfo, dessa feita por 28-26.“ A realidade é que nos batemos. É óbvio que depois do nosso percurso e de tudo aquilo que fizemos, ambicionávamos e sonhávamos em poder ganhar, entrámos na competição para isso mesmo, mas também foi provavelmente a primeira experiência que muitos de nós tivemos a um nível tão alto e essa presença no pavilhão acabou por nos deixar deslumbrados”, admite Rui Silva. O salto“ quase impensável” para as bocas do mundo“ foi um mote para as equipas portuguesas começarem a acreditar e a fazer cada vez melhor” e o“ realizar dos sonhos” do pivô luso-cubano, para quem apenas ficou a faltar“ chegar à final”, mas“ ainda há tempo para o conseguir”. Para o“ team manager” fica o orgulho eterno de o FC Porto“ ter sido a primeira equipa portuguesa a jogar uma final four da EHF”.“ Abrimos as portas ao andebol português e fizemos com que começasse a ser olhado de outra forma, mesmo ao Benfica e ao Sporting, que viram a possibilidade de lá chegarem também. Tornámos o sonho europeu realidade”, conclui.
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