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juntamente com o Windows 95 (Castells, 2003). Diante das inovações descritas,
desenha-se o ambiente adequado para o surgimento da Cloud Computing.
É importante salientar que, originalmente, o armazenamento de informações
ocorria em Mainframes, ou seja, grandes computadores, com “núcleo quente e denso”
(Chee, 2013, p.30) e, com o passar do tempo, evoluiu-se para a computação em grade,
decorrente da generosidade de alguns usuários, que, durante o tempo de ócio de seus
computadores, cediam “ciclos de CPU não utilizados” para a realização de pesquisas
(Chee, 2013, p. 31). Com a evolução da Web 1.0, em que o usuário era um mero
receptor passivo de informações, para a Web 2.0, em que o receptor também passa a
ser produtor de conteúdos, o ambiente se tornou favorável ao surgimento da
Computação nas Nuvens (Chee, 2013) As nuvens, nesta acepção, estão presentes em
diversos serviços por demanda, tais como: DropBox; Facebook; Gmail; Google
Drive; Hotmail; Pinterest; Twitter, entre outros (Thompson, 2014). Existem múltiplas
funcionalidades, em se tratando de Cloud Computing, tais como: blogs, redes sociais,
troca de mensagens de texto, serviços de armazenamento de fotos, documentos,
correio eletrônico, entre outras formas (Radfahrer, 2012). É nesse contexto, que surge
e se desenvolve a Sociedade da Informação, que, nas palavras de José de Oliveira
Ascensão: “Encontramos assim – um objeto: os produtos multimédia; - um veículo:
as auto-estradas da informação; - um resultado: a sociedade da informação”
(Ascensão, 2001, p. 70). Nessa linha, a Sociedade da Informação, promovendo os
avanços tecnológicos, introduz uma nova noção de espaço: o ciberespaço (Santaella,
2011), trazendo, de igual forma, efeitos no tempo e na memória (Azambuja, 2012).
O espaço se redefine, ou mesmo se reconceitualiza, tendo em vista que
informações cruzam mares, continentes, hemisférios, alcançando pessoas em
qualquer lugar do globo (Santaella, 2011). Com a desterritorialização, as informações
passam a ser ubíquas, e, em intervalos de tempo, cada vez menores, conectam
emissores e receptores (Azambuja, 2012). A redefinição do espaço reflete no fator
tempo. Por sua vez, a memória torna-se inesgotável, sem limites, “exponencial”, dada
a possibilidade de conexão com outros servidores (Lévy, 2008 p. 34). Por outro lado,
traços são deixados de forma indelével, permanecendo os registros de informações
na rede mundial de computadores, passando a se discutir, inclusive, sobre o direito de
apaga-los, erigindo o direito ao esquecimento (Rodotà, 1997). Sem dúvida, que, diante
dessa nova realidade, ora virtual, surgem questionamentos acerca dos limites de
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