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Fig. 1 – The data spectrum( Fonte: Open Data Institute, https:// theodi. org / data-spectrum)
Nesta perspetiva, como se mostra na Fig. 1, é importante compreender as diferentes“ zonas” que existem no universo de dados, em termos de acesso e abertura, e também, por outro lado, que a evolução dos dados abertos é essencial ao movimento big data.
A amplitude do tema dos dados abertos, em que se intersetam diversos aspetos de políticas públicas, estratégias organizacionais, de gestão de dados e tecnologias, requer uma abordagem orientada pelo contexto de um domínio específico, neste caso o das bibliotecas. Uma abordagem enquadrada por uma leitura geral da evolução do acesso à informação que interprete o sentido e a oportunidade dos dados abertos para o avanço das atividades desse domínio e da sua relação com outros, e não como mera exibição tecnológica de um desiderato político.
Ou seja, uma abordagem que não reduza o tema ao relato da experiência prática de aplicação de um receituário técnico já bem definido, e a mais uma apologia das virtudes potenciais dos dados abertos, profusamente defendidas na literatura oficial que está na ordem do dia e que promete automaticamente transparência, inovação, revitalização da economia e cidadania fortalecida. Que pode ser isso ou, como referem alguns críticos face ao saldo dos programas em que se confunde governo aberto e dados abertos( Yu e Robinson, 2012), apenas uma bolha política – um conjunto simplista de ideias que se auto-reforçam, alimentado em grande parte pelos media – sem grande transformação da realidade( Pelet, 2013) e consubstanciando um fenómeno ainda muito pouco analisado( Gray, 2014).
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