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mesmos conceitos ou a alguns de seus conteúdos. Às vezes se sobrepõem. A polêmica entre os dois termos parece bastante ampla. As definições assumem sentidos diferentes, dependendo do país. Outra questão é que os conceitos evoluem rapidamente, sobretudo na área de TIC. Governo aberto e dados abertos também são termos que carregam ambiguidade e um pode existir sem o outro, como ilustram Yu e Robinson (2012, p. 181, tradução nossa): (...) um governo pode ser aberto, no sentido de ser transparente, mesmo se não adotar novas tecnologias. E um governo pode fornecer dados abertos sobre temas politicamente neutros ao mesmo tempo em que continua profundamente opaco e não presta contas de suas ações. Dados abertos, de acordo com a definição da Open Knowledge Foundation (2012), são dados que qualquer pessoa pode usar livremente, reutilizá-los e redistribuí-los, respeitando a exigência de creditar a sua autoria e compartilhar pela mesma licença. Por sua vez, Jardim (2007, p. 29) expõe: (...) ‘governo eletrônico’ insere-se num universo temático e teórico que expressa configurações político-informacionais emergentes, características da contemporaneidade, plasmadas no desenho de políticas públicas governamentais. (...) apresenta diversas faces. Trata-se de uma construção indissociável de um processo relacionado com o redesenho da geopolítica informacional no quadro da globalização, o uso intensivo das Tecnologias da Comunicação e da Informação (TCI), os redimensionamentos organizacionais e simbólicos do aparelho de Estado-Nação e as novas agendas sociais no plano local, nacional e transnacional. Para Jardim (2004), o governo eletrônico pode ser uma estratégia capaz de reduzir as lacunas informacionais dos governos, além de ampliar o uso da informação como instrumento de governança. O governo eletrônico, nesse sentido, é o pilar do serviço ao cliente, o envolvimento do cidadão e a eficiência interna. Ele cria uma qualidade completamente nova na Administração Pública. Novas formas de utilizar a informação e o conhecimento criando cooperação entre os gestores de diferentes níveis de governo, ampliando a participação do cidadão nos processos de tomada de decisão e novas relações e formas de cooperação entre a administração de um lado e os cidadãos e as instituições de outro são agora possíveis (Drüke, 2007). O Centro Latinoamericano de Administración para el Desarollo (Clad), por meio da carta ibero-americana de governo eletrônico aprovada na IX Conferência Ibero-Americana de Ministros de Administração Pública e Reforma do Estado, em Pucón, Chile, definiu governo eletrônico como: (...) o uso das TICs nos órgãos da Administração para melhorar a informação e os serviços oferecidos aos cidadãos, orientar a eficácia e eficiência da gestão pública e incrementar substantivamente a transparência do setor público e a participação dos cidadãos (Centro Latino-Americano de Administração para o Desenvolvimento, 2007, p. 7, tradução nossa). 209