Direito e Informação na Sociedade em Rede: atas Direito e Informação na Sociedade em Rede: atas | Page 22

); Anual - INE, Inquérito à Utilização de Tecnologias de Informação e Comunicação pelas Famílias Fonte: INE, 2015, Inquérito à Utilização de Tecnologias de Informação e Comunicação pelas Famílias 5. Nota conclusiva As novas tecnologias da informação e da comunicação não são, como algum pensamento angelical proclama, isentas de desigualdades na sua apropriação. Nem tão-pouco dispensarão uma análise crítica dos mecanismos e condições da sua produção, disseminação e incorporação. Importa conhecer, por isso, os volumes de utilização dos dispositivos, mas também os usos, as representações e os significados contextuais que os agentes lhes atribuem, assim como as instituições e organizações que enquadram os diferentes papéis sociais. De igual modo, urge superar a ilusão da neutralidade do meio e da técnica, como se bastasse o fascínio pela performance infinita. Na verdade, nenhuma prática social é etérea ou se processa num vazio. Prudentemente, há que conhecer as posições dos agentes (que produzem, distribuem e usam estas tecnologias) no espaço social, bem como os contextos sociais que mobilizam ou inibem disposições (como as de participação política) e ainda os projetos identitários por que pretendem guiar-se nas suas trajetórias. Uma breve análise secundária de dados disponíveis sobre a população portuguesa mostra clivagens acentuadas nas práticas sociais on-line e no acesso ao ciberespaço consoante a idade, o capital escolar, a condição perante o trabalho, o género, o rendimento ou o território, intersertando-se e acumulando-se mutuamente. 10