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Tabela 1 Evolução do Indicador de Alfabetismo Funcional população de 15 a 64 anos (%) 2001-02 2002-03 2003-04 2004-05 2007 2009 2011-12 Analfabeto 12 13 12 11 9 7 6 Rudimentar 27 26 26 26 25 21 21 Básico 34 36 37 38 38 47 47 Pleno Analfabetos funcionais (analfabeto+rudimentar) 26 25 25 26 28 25 26 39 39 38 37 37 27 27 61 61 62 63 66 73 73 Alfabetizados funcionalmente (básico+pleno) Fonte: INAF BRASIL 2001 a 2011 Segundo o Instituto Paulo Montenegro, esses resultados evidenciam que o Brasil já avançou, principalmente nos níveis iniciais do alfabetismo (boa parte destes avanços é devida à universalização do acesso à escola e do aumento do número de anos de estudo), mas não conseguiu progressos visíveis no alcance do pleno domínio de habilidades que são hoje condição imprescindível para a inserção plena na sociedade letrada. De acordo com dados censitários produzidos pelo IBGE o número de brasileiros com ensino médio ou superior cresceu em quase 30 milhões na década 2000-2010. Entretanto, os dados do Inaf levantados no mesmo período indicam que estes avanços no nível de escolaridade da população não têm correspondido a ganhos equivalentes no domínio das habilidades de leitura, escrita e matemática. Somente 62% das pessoas com ensino superior e 35% das pessoas com ensino médio completo são classificadas como plenamente alfabetizadas. Em ambos os casos essa proporção é inferior ao observado no início da década. O Inaf também revela que um em cada quatro brasileiros que cursam ou cursaram até o ensino fundamental II ainda estão classificados no nível rudimentar, sem avanços durante todo o período. Os resultados da última pesquisa realizada pelo Instituto Paulo Montenegro foram divulgados em fevereiro de 2016, e continuam sendo alarmantes. O principal ponto de atenção surge quando se pensa nas consequências da falta de alfabetização plena na produtividade média do trabalhador brasileiro, daquele que já se encontra inserido no mundo do trabalho, que já possui um certificado de ensino médio regular ou técnico, ou até mesmo de ensino superior. Em adição, vem a preocupação com o cidadão. O analfabeto funcional terá dificuldade em cobrar do Estado ações a que tem direito. Se antes a classificação acontecia em quatro níveis, o estudo especial do Inaf, Alfabetismo no Mundo do Trabalho, contempla cinco grupos: Analfabeto, Rudimentar, Elementar, Intermediário e Proficiente. A separação nesses cinco grupos teve como objetivo aprimorar a leitura dos resultados do Inaf, que evidenciavam grande concentração da população nos níveis intermediários da escala, aqueles que, já tendo superado a condição de analfabetos funcionais, ainda não alcançam o nível pleno de 154