Detectives Selvagens 0 - Julho 2014 | Page 13

VQPRD Por ele morre o Rei. V Assinei meu nome na perna da galinha para celebrar o início. Comecei a servir-me, a encher meu copo, meu corpo, minha mente, meu escroto. Vesti o meu melhor fato (não fosse ser o tal dia), o único e dei início a uma odisseia de vinho. Tudo o que ia entrando, por palavras ia saindo. Feijões ciclistas. Quis-me elo, ponte, balança. Eu próprio não retinha nada, apenas ligava. Este mundo e o outro. Ampulheta rotativa, constante punheta. Assim começou líquido livro. Uma onda de vazio que meu mar sorveu. A musa e suas putas ninfas invadiram-me o barco. A água faz sapos, alguém me gritou. A tinta não é negra, mas tinta. Foi sob uma rolha que me preenchi. Um dia tão belo que o decidi não vivê-lo, mas bebê-lo. Decidi pintá-lo. Comecei a viagem sentado. Aí começou a deambular o vadio pensamento em honra de futuro mapa territorial, astral. Farei o oposto do que não farei. Líquido tinto dava direcções, indicações, ignoradas pela absorção. Postas em prática. Primeiro e antes de tudo, por isso primeiro, ou será depois de tudo, primeiro? 13