ELIZA BRADATIAN
Quero que me levem daqui hoje que não temo nada
que me deixem no peito marmóreos lilases
que preparem o meu sono que descansem nele
mãos melancolias e quaisquer cruéis palavras
ofereço embalo varandas secretas violinos de mel
ópio maresia papel poroso que vos expire as
tristezas e as percam para sempre — Nunca durmo
aguardo o meu inverno carreguem-me nos braços
desçamos juntos os degraus de madeira perfumada
tombem os olhares vejam como o meu rosto é vão
adornados músculos de prata em declínio eu disse
levem-me daqui antes que me lembre de amar
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