VQPRD
Por ele morre o Rei.
V
Assinei meu nome na perna da galinha para celebrar o
início. Comecei a servir-me, a encher meu copo, meu corpo,
minha mente, meu escroto. Vesti o meu melhor fato (não
fosse ser o tal dia), o único e dei início a uma odisseia de
vinho. Tudo o que ia entrando, por palavras ia saindo.
Feijões ciclistas. Quis-me elo, ponte, balança. Eu próprio não
retinha nada, apenas ligava. Este mundo e o outro.
Ampulheta rotativa, constante punheta. Assim começou
líquido livro. Uma onda de vazio que meu mar sorveu. A
musa e suas putas ninfas invadiram-me o barco. A água faz
sapos, alguém me gritou. A tinta não é negra, mas tinta. Foi
sob uma rolha que me preenchi. Um dia tão belo que o decidi
não vivê-lo, mas bebê-lo. Decidi pintá-lo.
Comecei a viagem sentado. Aí começou a deambular o
vadio pensamento em honra de futuro mapa territorial,
astral. Farei o oposto do que não farei. Líquido tinto dava
direcções, indicações, ignoradas pela absorção. Postas em
prática.
Primeiro e antes de tudo, por isso primeiro, ou será
depois de tudo, primeiro?
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