De Pompei a Pompeia De Pompei a Pompeia - Miolo - A5 136pag | Page 46
os apertos da primeira etapa da viagem se diluíram
como nuvens diante do sol, como a treva diante da luz.
Solícitos, dirigimo-nos ao santuário que estava próximo
dali. Os caminhos que ligam a milagrosa casa de Maria,
“a piscina probática italiana”, ao resto do mundo,
estavam apinhados de gente. Uns iam, outros vinham.
Todos levavam em suas feições uma insólita festa. No
ar, cruzavam-se os mais distantes dialetos italianos
e as línguas dos povos mais longínquos, dando-se um
abraço cristão e, entre o vozerio humano, ouviu-se o
roncar ensurdecedor dos automóveis que se moviam sobre
a grande praça. Oito de setembro: natividade de Nossa
Senhora. Bem próximo à sua Mãe, “dos que gemem e choram
nesse vale de lágrimas”, é doce parar e passar algumas
horas no oásis pompeiano.
Entramos na igreja. Estava cheia, abarrotada. Abor-
damos o primeiro sacerdote que encontramos: “podemos
celebrar?” Uma indecisão se manifestou em sua expres-
são. Olhou o relógio e deu uma resposta afirmativa.
Celebramos o Santo Sacrifício. Rezamos por todos: pelos
distantes que deixamos e pelos distantes que nos espe-
ram além do oceano. As horas passavam velozes. Ainda
uma vez o nosso olhar pousou sobre a imagem de Maria
e dissemos com o coração: “Ó, Maria, mostra a todos o
teu Jesus, neste dia radioso de tua natividade”. Cons-
trangidos pela pressa, demos uma volta rápida – antes,
rapidíssima – para ver as obras imortais de Bartolo
Longo. Saímos e chegamos à estação e tomamos o primeiro
trem que partia. O trem voa e abrevia as distâncias com
uma velocidade fantástica. Após 24 horas da partida,
Roma, a cidade eterna, acolheu-nos entre seus muros.
Roma
A cidade eterna. É indispensável falar de suas
belezas; uns mais, uns menos, todos a conhecem um
pouco. Acompanhados pelo nosso querido Frei Eugênio
Dália, rezamos junto ao túmulo do Príncipe dos Após-
tolos. O imenso templo vaticano, coroado pela grande
cúpula, tão querida pelos romanos, dá-nos a impressão
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