Date a Home Magazine | Jan / Fev 2014 | Page 114

REGIÕES | Arrendar Coimbra Com Paixão | Entrevista

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moderno adaptamos o reportório e toda a parte técnica do espetáculo.

Mas imagino que o Fado de Coimbra, tal como o Fado de Lisboa, também atraia muitos turistas e seja um postal da cidade.

Claro que sim! Felizmente este projeto tem tido muito sucesso. A nossa localização numa

“artéria” turística, também nos ajuda bastante. Não seria possível manter este projeto só pela sua vertente cultural.

Que tipo de público é que assiste aos Vossos es- petáculos? Turistas? Jovens? Antigos estudan- tes?

70% são Turistas.

Sente que o Fado de Coimbra se renova e ganha força com os novos estudantes da Universidade?

Os estudantes da Universidade veem com alguma desconfiança a profissionalização do Fado de Coimbra, a sua vertente comercial. Temos que-brado alguns preconceitos, felizmente, mas ainda há uma faixa mais dura que acha que isto é para turista para ver.

O que acha sobre a declaração do Fado como Pa- Património Imaterial da Humanidade, pela UN- ESCO?

Na minha opinião o Fado de Coimbra também é Património da humanidade, uma vez que o Fado é diferente de acordo com o grupo cultural que o acolhe. Por exemplo, o Fado Marialva está ligado às pessoas com ligações a famílias nobres e o Fado Vadio está mais ligado ao povo.

O fado é para mim a alma portuguesa cantada por diversos grupos culturais, cada qual com a sua forma própria.

Houve uma aproximação de quem preparou a candidatura do Fado de Lisboa, ou se quiser do Fado, porque só aqui e no norte é que chamamos Fado de Lisboa, mas o Fado de Coimbra não foi incluído nessa candidatura porque foi incluído na candidatura da Universidade de Coimbra a Patri-mónio da Humanidade.

Acha positiva a distinção de designação entre o Fado de Coimbra e o Fado de Lisboa?

Para mim é indiferente porque tudo é Fado. Existem inclusive vários tipos de Fado de Lisboa e vários tipos de Fado de Coimbra.

O Fado ao Centro assume a responsabilidade de levar ao conhecimento do mundo o Fado de Coimbra. São muitos os artistas que o fazem?

história para contar e tem uma personalidade pró-pria, e atenção, que Coimbra não tem só serenatas de cortejamento feminino, também tem serenatas de homenagem, havia por exemplo as serenatas fluviais feitas no meio do Mondego. Uma serenata é uma homenagem e pode ser feita a uma casa, o que seria muito interessante.

Muitas personalidades da cidade e do país eram homenageadas pela serenata, inclusive uns cole-gas meus quiseram fazer uma serenata à Hillary Clinton com o intuito de alertar para a causa Timo-rense.

Se tivesse que sugerir um Fado de Coimbra para uma casa "Arrendar Coimbra Com Paixão" qual su-geria?

Teria que pensar no tema que melhor se adaptasse … por exemplo se fosse uma casa de praia penso que o tema “O meu amor vem sobre as ondas” seria interessante. Se fosse uma casa do centro histórico talvez o “Fado da Sé Velha”, mas tudo depende do enquadramento da casa.

Neste ambiente onde estamos e nas ruas da Cidade antiga o Fado de Coimbra está no seu “habitat natural”. Acha que ele também se enquadra nas ruas e edificações contemporâneas?

Não é obrigatório este tipo de espaço, embora faça parte do enredo para se apresentar um Fado ou um determinado tipo de espetáculo. Nós achamos que no centro histórico, este ambiente faz sentido. Mas também fazemos espetáculos em espaços moder- nos como centros culturais, no Brasil, em Porto Alegre, fizemos um espetáculo num espaço fabu-oso construído, num edifício antigo, todo em vidro do mais moderno que há e nós cantamos lá Fado de Coimbra e resultou muito bem. Obviamente que adaptamos o espetáculo às circunstâncias, aqui somos mais tradicionalistas mas num espaço mais

Claro que sim!Felizmente este projeto tem tido muito sucesso. A nossa localização numa

“Artéria” turística, também nos ajuda bastante. Não seria possível manter este projeto só pela sua vertente cultural.