CURIOUS MAGAZINE: Muitas pessoas acham o livro meio pornográfico, na sua opinião, o livro era em um certo ponto pornográfico, ou normal para uma menina que estava se descobrindo?
VIVIANE SANTIN:Penso que precisamos considerar em que época o livro foi escrito, o contexto em que a experiência aconteceu, a idade de quem viveu e relatou a experiência e a partir dai podemos afirmar que nada há a se julgar, nada que seja errado, nada. A adolescência é uma fase maravilhosa do desenvolvimento humano, uma ponte entre a infância e a fase adulta, uma fase de descobertas e de autodescoberta, duvidas, medos, novas vontades, novo corpo, um novo individuo que está surgindo e se formando, tudo muito natural. Anne apenas dividia isso e o contexto em que estava vivendo com o seu diário e acredito que esse fator possivelmente a ajudou a suportar tudo.
datas importantes como aniversário e datas religiosas, mesmo estando confinados em um pequeno espaço, sem nada de tudo o que existe hoje na área de comunicação, continuavam esforçando-se para tratarem-se com respeito e educação. Enfim, uma grande lição de educação, instrução, conhecimento, cultura, valores e religiosidade, e tudo isso, no relato de uma adolescente entre os seus 13 e 15 anos.
CURIOUS MAGAZINE: Anne Frank, morreu duas semanas antes do campo de concentração onde ela estava ser libertado. Você acha que se Anne não tivesse morrido, a trajetória do livro teria sido outra?
VIVIANE SANTIN: Provavelmente sim, mas não menos importante, não menos impactante, talvez até fosse ainda maior o alcance da obra. E, pela pessoa que Anne era, pela inteligência e anseios que apresentava, é possível que se torna-se uma grande escritora, uma pessoa que teria muito a oferecer ao mundo com a sua experiência.
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e vontade de viver. Eu poderia falar de algo relacionado ao medo ou de algo relacionado diretamente à guerra, mas o que mais me marcou na leitura do livro, foi algo além do seu relato, foi poder imaginar quem eram aquelas pessoas que suportaram dois anos em um esconderijo e ver o quão admiráveis eram na sua cultura, educação, nos seus valores, na sua fé, os seus costumes, hábitos diários, como por exemplo: Anne não deixou de estudar naquele período, todos os dias, estudava os materiais que encomendavam pelo Correio, praticavam exercícios, mantinham hábitos de higiene e alimentação mesmo com tanta precariedade, não deixavam de comemorar as datas importantes como aniversário e datas religiosas, mesmo estando confinados em um pequeno espaço, sem nada de tudo o que existe hoje na área de comunicação, continuavam esforçando-se para tratarem-s
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