Congresos y Jornadas Didáctica de las lenguas y las literaturas. | Page 316

anos de seu curso universitário, em que o enfoque era colocado no erro, sendo este visto como algo absolutamente indesejável. Mesmo considerando produtiva a experiência de correção com os pares, suas experiências negativas anteriores de correção fizeram com que a sua autoestima se mantivesse enfraquecida a ponto de, no final das quatro atividades de correção, ainda se reconhecer como incapaz de corrigir erros em língua inglesa e de chegar ao final do curso de Letras se sentindo desmotivada, tendo seus sonhos se esvaído pela sensação de constante fracasso, enfatizado por correções humilhantes:
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Bethânia:
Eu acho que eu estudei também muito pouco de inglês porque eu fui desmotivando. Entrei no primeiro ano com vontade. Mas a partir do momento que eu vi fracasso, fracasso e fracasso, eu não tive vontade de... Tanto que eu comprei dois dicionários, todas as gramáticas, vermelha, azul, verde. [...] Eu cheguei no quinto ano com um prazer que, assim, não tenho prazer. Não tenho vontade, não existe mais o sonho de ir pra Inglaterra, não existe o sonho de continuar no Inglês, não existe o sonho mais de montar um cursinho de inglês. Não existe mais, entendeu? Então, eh, tornou-se uma obrigação pra eu passar de ano, pra me ver livre. Então, isso tudo foi o corrigir errado. Foi o erro visto de forma monstruosa, né? É isso.( Entrevista sobre a quarta atividade de correção)
Esse relato de Bethânia serve para nos alertar sobre o cuidado que devemos ter ao fazer uma correção, pois se ela não for feita de forma respeitosa, como uma forma de mostrar caminhos, poderá configurar-se como uma forma de exposição e de julgamento de erros, causando, pois, ansiedade e frustração aos alunos.
Considerações finais
Os resultados deste estudo nos permitem refletir sobre as experiências subjetivas
dos alunos no processo de aprendizagem de línguas, levando-se em conta os fatores afetivos – positivos e negativos – que influenciam esse processo. Pudemos perceber, através dos dados desta pesquisa, que todos os participantes, de alguma forma, beneficiaram-se das atividades de correção. Os menos proficientes puderam melhorar seus textos por meio da revisão e encontrar algum aspecto forte no seu conhecimento que pudesse resgatar-lhes a autoestima e a motivação, principalmente quando percebiam que podiam ajudar um colega que eles consideravam mais proficiente na língua. Os mais proficientes puderam, também, beneficiar-se da atividade na medida em que eram expostos a outros estilos de escrita, e, também, reforçar sua autoconfiança quando obtinham confirmação de que o que haviam escrito estava correto.
Ao utilizar a correção com os pares em sala de aula, o professor estará estabelecendo um ambiente de apoio mútuo entre os alunos, pois, quando trabalham em
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