Congresos y Jornadas Didáctica de las lenguas y las literaturas. | Page 315

[10] Francisco: Márcio: E você preferiria que o seu texto tivesse sido corrigido pelo professor ao invés de ser corrigido pelo seu colega? Se fosse da mesma forma como que foi feita, não haveria muita diferença. Ainda assim haveria diferença porque quando é relação professor e aluno e aluno e aluno é uma relação diferente. Por mais que o professor dê liberdade, há sempre aquela coisa assim, é o professor que está corrigindo, né, mesmo que a gente não queira pensar assim. E quando é outro colega te corrigindo é menos difícil ou menos estranha a correção. Você encara como uma forma assim, como sendo mais natural. Há menos constrangimento, há mais negociação. (Entrevista sobre a segunda atividade de correção) Essa prerrogativa dos alunos de negociar sobre possíveis soluções para os problemas textuais geralmente não ocorre quando a correção é feita pelo professor, pois, de modo geral, como observa Reid (1994), o professor não lhes sugere mudanças, mas as determina. Um aspecto que favoreceu um aumento da autoestima do aluno foi sua atitude em relação ao processo de correção. Pollyana, por exemplo, relatou que o fato de ter podido ajudar a sua colega a resolver os erros a deixou feliz e, dessa forma, pôde perceber que as suas dificuldades na língua estavam diminuindo, como podemos observar a seguir: [11] Pollyana: Ah, quando eu olhei pela primeira vez a composição dela, eu falei “ah, não tem nada pra corrigir aqui não. Tá tudo certo”, né? Mas, a pessoa não é cem por cento. Vou procurar alguma coisa. E senti bem, senti, assim, que as minhas dificuldades estão diminuindo, né, com relação à língua. E, assim, fico feliz de estar corrigindo uma coisa que ela errou e eu vi lá, né? Nossa, o plural que passou despercebido por ela, eu encontrei. Então, eu fico muito feliz quando eu vejo algum erro, que eu posso ajudá-la, né? (Entrevista sobre a quarta atividade de correção) O fato de poder conversar com o colega sobre seus textos e, por meio da correção dialogada, poder aprimorá-los fez que os alunos se sentissem mais confiantes em relação à produção de seus textos escritos e menos ansiosos para entregá-los à professora, visto que passariam primeiro pelo crivo do colega, como é relatado por Eduarda: [12] Eduarda: Francisco: Eduarda: Eu acho que essa primeira correção com o colega te deixa mais seguro pra entregar o texto pro professor. Por quê? Porque, assim, a gente já conversou juntos sobre o texto, parece que esse texto vai chegar um pouquinho melhor nas mãos do professor. (Entrevista sobre a primeira atividade de correção) Por outro lado, a correção feita de forma negativa pode enfraquecer a autoestima do aluno e fortalecer a crença de que é incapaz de realizar uma certa tarefa. No exemplo que se segue, Bethânia menciona o tipo de correção que experimentou durante os outros 1080