Congresos y Jornadas Didáctica de las lenguas y las literaturas. | Page 314

professor, preocupando-se apenas com a nota atribuída ao seu texto. Esses aspectos são enfatizados no relato de Paloma a seguir:
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Paloma:
Ah, eu não me importo se a professora corrigir ou se a Pollyana corrigir, pra mim tanto faz. Mas o bom que a Pollyana corrigindo é que a gente discute o nosso erro, entendeu? Agora, quando a professora corrige, às vezes ela corrige e te entrega, né? Às vezes, assim, eu só dou uma olhadinha assim e pluft e nem olho muito, sabe, e guardo. Agora se uma fala pra outra o erro, aí é melhor, você discute, você vê o que que você errou. Você aprende mais, né, se tem uma pessoa, um amigo corrigindo. A não ser que o seu professor pegue você e faça“ Paloma, senta aqui”, né, e vai mostrando. Mas esse negócio de você corrigir e entregar, eu pelo menos, tem aluno, a Pollyana mesmo ela olha tudo o que errou. Eu não, eu olho a nota. Os erros, às vezes eu olho, às vezes eu nem olho, entendeu?( risos)( Entrevista sobre a terceira atividade de correção)
Para envolver os alunos no processo de correção, o professor pode, por exemplo, fazer uso mais frequente de atividades de correção com os pares. Em minhas pesquisas( FIGUEIREDO, 1995, 2001, 2009, 2015), tenho percebido que esse tipo de correção torna os alunos mais motivados e menos ansiosos em relação à aprendizagem da LE, visto que percebem que todos cometem erros e que errar faz parte do processo de qualquer atividade, além de poderem trabalhar de forma colaborativa com seus pares.
Corrigir o texto do colega pode, pois, fazer que os alunos se sintam mais confiantes do seu potencial de aprendizagem. A correção com os pares propicia aos alunos a oportunidade de se sentirem mais à vontade em relação aos erros, tornando-os, inclusive, mais motivados para escrever e falar em inglês, como podemos perceber no relato a seguir:
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Bethânia:
Ah, eu acho que eu fui bem. Por exemplo, eh... só o fato de eu ter visto na redação da minha colega os erros, eu pude perceber que eu sou capaz de ver. Eu posso não ver os meus, mas eu vejo os dos outros, né? Então, eu acho que já é um caminho. Eu gosto desse tipo de correção. Eu acho legal, me enriquece.( Entrevista sobre a primeira atividade de correção)
Os alunos puderam fazer um contraste entre a correção realizada por professores e a realizada pelo colega. Segundo eles, o fato de a correção com o colega ser algo simétrico – ou seja, não há a hierarquia existente na relação entre professor e aluno – facilita a negociação sobre os textos e lhes dá oportunidade de assumir diferentes papéis. Dessa forma, eles podem ensinar e aprender ao mesmo tempo, corrigir e ser corrigidos, como podemos observar na fala de Márcio:
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