Congresos y Jornadas Didáctica de las lenguas y las literaturas. | Page 309
Figueiredo e Assis (2006) observaram alguns aspectos que podem aumentar ou
diminuir a autoestima de alunos do curso de Letras, no que se refere aos processos de
escrita e de correção de erros. Em relação ao processo de produção textual, os autores
verificaram que os alunos têm a autoestima aumentada quando recebem elogios sobre a
sua produção; quando percebem que escrever é um processo e, portanto, não se cobram
tanto ao realizar a atividade. Por outro lado, a autoestima é diminuída quando se cobram
demais para realizar a atividade e, com isso, se sentem incompetentes por não produzirem
um texto considerado ideal. No que diz respeito à correção, os alunos têm a autoestima
aumentada quando há uma relação positiva com o corretor e quando a correção ressalta
aspectos positivos do seu texto, valorizando suas ideias e seu conhecimento. Por outro
lado, os alunos têm a autoestima diminuída quando há uma relação negativa com o
corretor e quando a correção enfoca os erros e deprecia a produção textual do aluno.
Alguns autores, como, por exemplo, Scarcella e Oxford (1992) e Cheng (2002),
afirmam que a ansiedade em relação à escrita pode ser aumentada devido a certos tipos de
interação entre professores e alunos. A correção severa dos erros, bem como a forma
ridicularizante e desconfortante de lidar com eles perante a classe estão entre os fatores
que provocam ansiedade na interação professor–aluno (OXFORD, 1999).
A capacidade de correr riscos é uma característica importante dos aprendizes bem-
sucedidos de uma L2 (BROWN, 1994). Como observa Tsui (1995), alguns fatores que
podem minimizar a capacidade de correr riscos são a falta de confiança dos alunos em
relação à sua proficiência na língua e o receio de serem ridicularizados pelos colegas ou
professores. Dessa forma, os alunos preferem permanecer em silêncio (tanto oralmente
quanto na escrita) a se arriscarem a cometer erros.
Em relação à escrita em L2/LE, McLeod (1987) apresenta dois tipos de motivação:
a extrínseca e a intrínseca. Fatores de motivação extrínseca em relação à escrita são:
agradar o professor, tirar boas notas, progredir em uma determinada carreira etc. Os
fatores de motivação intrínseca são o envolvimento individual (querer parecer inteligente)
e o envolvimento com a tarefa (MCLEOD, 1987). Segundo Scarcella e Oxford (1992),
alunos bem-sucedidos têm atitudes positivas em relação à escrita em L2. Um fator que
contribui para uma maior motivação em relação à escrita é a escolha dos tópicos
(SCARCELLA; OXFORD, 1992), pois os alunos se sentirão mais motivados a escrever
sobre um assunto que seja do seu interesse.
Outro fator que influencia as atitudes dos alunos em relação à escrita e sua
motivação para a aprendizagem é o tipo de correção que recebem em seus textos escritos
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