Congresos y Jornadas Didáctica de las lenguas y las literaturas. | Page 742
rapidamente os meios tecnológicos têm sido difundidos. Castells (2003. p. 439)
pontua que “O índice de difusão da Internet em 1999 era tão grande no mundo
inteiro que estava claro que o acesso generalizado seria a norma nos países
avançados no início do século XXI”. Em face dessa grande difusão da internet, as
pessoas, desde as mais carentes até as mais abastadas, começaram a ter acesso e a
utilizar as tecnologias de informação. No entanto, isso não significa uma
democratização do conhecimento, pois informação não é sinônimo de
conhecimento.
Com a possibilidade de acessar informações por meio de diferentes
recursos tecnológicos, temos um processo de mudança, sobretudo no que se
refere à educação. O conhecimento (saber-poder), que antes era “propriedade” de
alguns, agora, no século XXI, sofre um descentramento, pois esse saber-poder
não se encontra mais apenas nas instituições escolares, nos centros acadêmicos
ou nas universidades. Isso intervém diretamente na prática docente, já que as
informações não estão mais centradas somente nos professores. Há, assim, uma
mudança de paradigmas no perfil do trabalho docente. O professor, agora, tem
outro papel, com outras habilidades e outros conhecimentos, pois os alunos são
mais interativos e conseguem ter acesso rápido a diferentes informações. E esse
movimento de (trans)formações
resulta em mudanças no desempenho
pedagógico, didático e educacional.
Entre discursos e sujeitos, o processo identitário
Coracini (2007) explica que, ao falar de si, o sujeito narra uma verdade
sobre si mesmo, que é construída por meio de já-ditos, atravessada pelo
inconsciente e interpelada pelo olhar do outro. É possível problematizar, na
materialidade linguística do discurso do professor, os efeitos de sentido que
promovem a sua construção identitária e verificar, a partir dos dados coletados,
um gesto de interpretação da realidade em que se encontra o professor do ensino
básico; seu modo de viver, ver e sentir um momento de transformação que ocorre
na função que exerce na escola e na sociedade. Em seu discurso, existem várias
“vozes” que contribuem para a construção de sentidos. Contudo, é possível
vermos regularidades enunciativas nesses dizeres. Pdemos dizer que existe uma
mesma formação discursiva ressoando em todos os discursos desses sujeitos.
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