Congresos y Jornadas Didáctica de las lenguas y las literaturas. | Page 741

de conflito, pois, ao mesmo tempo em que quer dominar os meios tecnológicos de comunicação, sente-se angustiado por constatar que não tem o conhecimento necessário para dominá-los. Com isso, seu poder de autoridade legitimado pelo saber é posto à prova. Dessa forma, é exposta a falta que é constitutiva do sujeito, que tenta de todo modo ser completo, homogêneo. Coracini (2007, p. 211) destaca que “a pós- modernidade traz o passado para negá-lo, o homogêneo e o racional para desconstruí-los (...)”. Trata-se, portanto, de pensamos que o discurso do professor sobre as (novas) tecnologias instaura uma tensão na constituição da sua subjetividade, uma vez que as novas tecnologias surgiram no ambiente escolar como um meio para solucionar os atuais problemas de ensino-aprendizagem: os professores são “obrigados” a lidar com os meios tecnológicos como uma solução para a garantia de motivação nos alunos. Na esteira de Coracini (2007, p. 212), esse sujeito apresenta-se “à revelia do inconsciente, mais se diz do que diz, o que significa que ele não tem o controle dos sentidos produzidos, já que ele se revela na mesma medida em que, intencionalmente, deseja se esconder”, sob o rótulo da neutralidade ideológica e da objetividade. Com isso, refletimos que ao mesmo tempo em que desejam aprender a lidar com os meios tecnológicos, que são “impostos” no trabalho docente, alguns professores, sobretudo os mais experientes, parecem sentir medo e desconforto diante das novas tecnologias. Esse medo talvez ocorra em razão da sensação de perda de poder, pois ao professor é dada, pelo imaginário social, a imagem de detentor do saber. Com uma imagem ilusória de ser racional e capaz de controlar o ensino e a aprendizagem, o professor se sente atordoado diante da constatação de uma falta (incapacidade), de uma ignorância diante da tecnologia que é mais conhecida e dominada por seus alunos. Segundo Castells (2003), as mudanças ocorridas no final do século XX constituem uma revolução que causa uma transformação em nossa cultura com a chegada dos meios tecnológicos. Com isso, é estabelecida uma nova era chamada de sociedade da informação, que, depois de um tempo, é chamada de sociedade do conhecimento e, por fim, acaba se tornando a sociedade da aprendizagem, pois não há conhecimento sem aprendizagem. E com esse desenvolvimento dos avanços tecnológicos, houve uma redução na distância entre a sociedade e o conhecimento produzido. Com o surgimento da internet, por exemplo, 741