Congresos y Jornadas Didáctica de las lenguas y las literaturas. | Page 176
ser utilizado nos parece fundamental para promover reflexões sobre a ação didática
enquanto futuro professor, pois o conteúdo do texto deve colaborar para provocar essas
reflexões.
Outro aspecto importante é em relação às instruções passadas para a escrita do diário
de leitura. As instruções devem direcionar o aluno para esse tipo de reflexão a que ele, no
decorrer da escrita, pode ou não fazer referência. Essas orientações são necessárias, pois
os alunos não estão familiarizados com esse tipo de escrita em contexto universitário 43 . No
nosso caso, a orientação dada seguiu a proposta de Machado, Lousada e Abreu-Tardelli
(2004), acrescida do seguinte tópico, destacado em negrito:
[...] À medida que você for lendo,
a)
vá registrando (sempre com frases completas):
as relações que você puder estabelecer entre os conteúdos do texto e qualquer outro tipo de
conhecimento que você já tenha, como livros ou textos que você leu, aulas, músicas, filmes,
páginas de Internet, sua experiência de vida etc;
b) as contribuições que julga que o texto está trazendo para o desenvolvimento de sua prática de
leitura, o desenvolvimento de produção de textos, sua futura profissão, sua prática como aluno
em relação ao tema do texto, alguma pesquisa ou trabalho que terá de fazer, sua vida pessoal ou
qualquer outro tipo de aprendizado que a leitura está lhe proporcionando [...]
As análises dos diários de leitura
Em relação à análise, por meio do folhado textual proposto por Bronckart (1999) e
complementado por Machado, Bronckart (2009), identificamos que o contexto de
produção dos diários se relaciona com a discussão das horas de Prática como Componente
Curricular (PCC) em algumas disciplinas, no caso, a disciplina de Normas Gramaticais da
língua portuguesa, para uma formação didático-pedagógica, conforme prevista na
Deliberação do Conselho Estadual de Educação (CEE 111/2012 e CEE 126/2014).
O gênero diário de leitura foi identificado em quase todos os textos analisados. Dos
32 textos autorizados 44 somente dois não eram diários de leitura.
Há quatro anos trabalhando com diários de leitura em cursos de Pedagogia e de Letras, nun-
ca houve um estudante que já tinha algum tipo de conhecimento prévio do gênero.
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Estudantes que autorizaram ter seus textos analisados para o projeto O diário de leitura
como instrumento para o desenvolvimento do professor em formação inicial, submetido ao Comitê
de Ética em Pesquisa da UNESP/Ibilce (102559/2015).
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