Congresos y Jornadas Didáctica de las lenguas y las literaturas. | Page 174

fragilmente o professor, a partir de uma cadeia de recontextualizações, como “perdedor, coitado, pobre, com baixo status social, um profissional que exerce seu ofício quase sempre em condições precárias de trabalho (em escolas representadas como ‘zonas de guerra’ e de abandono).” Os exemplos trazidos pelos autores são provenientes de diversos suportes/gêneros que denotam a prática social recorrente e marcada contextual e historicamente e, para os autores, esses textos geram representações que desregulam e demonizam a escola pública, desestimulam a docência como carreira para os jovens, além de enfraquecer profissional e politicamente o professor. Com isso, os autores argumentam que o trabalho docente é pejorativamente recontextualizado em diferentes suportes midiáticos e que a mídia jornalística faz parte do aparato de relações de poder como um lócus de criação de supostas ‘verdades’ sobre a escola e a docência que circulam no espaço público com forte poder de convencimento sobre os leitores. Decorrentes (ou não) desses dados, tanto a desvalorização midiática reconstruída pela mídia impressa e televisiva sobre a profissão docente, quanto as estatísticas que apontam contínuo decréscimo pela carreira de professor, tivemos, no Brasil, a partir de 2010, políticas públicas que foram criadas com o intuito de provocar uma maior inserção da prática docente desde a graduação, possibilitando a ampliação, para além das disciplinas de “estágio supervisionado”, das discussões sobre a sala de aula e formas de ensino. Ressalto aqui duas iniciativas: o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) e a exigência da inserção de “prática como componente curricular” (PCC) nas disciplinas ou outras atividades no currículo básico das licenciaturas. O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), executado no âmbito da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), foi regulamentado pelo decreto 7.219/2010, tendo por finalidade “fomentar a iniciação à docência, contribuindo para o aperfeiçoamento da formação de docentes em nível superior e para a melhoria de qualidade da educação básica pública brasileira”. Os objetivos do programa, segundo o documento, são: incentivar a formação de docentes para a educação básica, elevar a qualidade da formação inicial de professores a partir da integração entre educação superior e educação básica, inserir o licenciando no cotidiano de escolas da rede pública a fim de vivenciar as experiências didático-pedagógicas e poder superar problemas identificados no processo de ensino-aprendizagem, além de mobilizar os professores atuantes como coformadores dos futuros docentes, contribuindo para a articulação entre teoria e prática. O programa funciona mediante bolsa de iniciação à docência a estudantes de cursos de licenciatura que exerçam atividades pedagógicas em escolas públicas de 174