Congresos y Jornadas Didáctica de las Lenguas y las Literaturas - 2 | Page 708

evidencia que o signo é impregnado de marcas sociais e, portanto, é carregado de significado. Pode-se, desse modo, reforçar que Bakhtin/Volochínov (2009) complementam a noção de língua, valorizando o uso concreto e, por conseguinte, a enunciação, justamente porque está intrinsecamente ligada às reais condições de comunicação e permeada pelas estruturas sociais. Tais autores assinalam que a língua vista como sistema de formas normativas não é acessível ao usuário, mas é reconhecida na sua prática viva de comunicação. Dessa forma, O que importa, não é o aspecto da forma lingüística que, em qualquer caso em que é utilizada, permanece sempre idêntico. Não; para o locutor o que importa é aquilo que permite que a forma lingüística figure num dado contexto, aquilo que a torna um signo adequado às condições de uma situação concreta dada. Para o locutor, a forma lingüística não tem importância enquanto sinal estável e sempre igual a si mesmo, mas somente enquanto signo sempre variável e flexível (BAKHTIN/VOLOCHÍNOV, 2009, p. 95). Observemos que os autores enfatizam o caráter expressivo da língua, ou seja, a praticidade de poder fazer uso daquilo que lhe permite inúmeras possibilidades. O sujeito convenientemente pode adequar a língua para as suas necessidades enunciativas. Os autores, aliás, são incisivos ao afirmar que a enunciação como estrutura puramente social só se torna efetiva entre falantes. Em se tratando do ensino de língua, portanto, a atividade principal não consistiria em reconhecer a forma utilizada, mas, nas próprias palavras dos autores, “compreendê-la num contexto concreto preciso, compreender sua significação numa enunciação particu694 Investigación y Práctica en Didáctica de las Lenguas